Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu Coronavírus

Governo Doria acusa Ministério da Saúde de enviar 50% a menos de doses da Pfizer ao estado de SP

Em ofício encaminhado à pasta, Secretaria da Saúde afirma que esperava 556 mil doses, mas recebeu apenas 228 mil, e plano de imunizar adolescentes já em agosto pode ficar comprometido

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O Ministério da Saúde disponibilizou nesta semana a São Paulo um número de doses 50% menor do que o estado teria direito.

A acusação está sendo feita pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e pela Secretaria de Saúde de SP, que enviou um ofício à pasta para reclamar e pedir que a entrega seja normalizada.

Caso isso não ocorra, Doria não conseguirá cumprir o calendário já anunciado, que prevê o início da vacinação de adolescentes no dia 18. Eles só podem tomar o imunizante da Pfizer, o único testado até agora na faixa abaixo dos 18 anos.

Doria disse que não aceitará "boicote" do governo federal e que São Paulo está sendo punido por sua "eficiência".

Ele afirmou em entrevista coletiva concedida nesta quarta (4) que a decisão do governo federal é "arbitrária" e "afronta o pacto federativo". Afirmou também que ela "afronta a proteção de crianças e jovens", já que pode retardar o calendário de vacinação.

Disse que o governo de Jair Bolsonaro já fez "maldades demais" com o Brasil e que agora faria uma "maldade adicional" contra São Paulo.

O estado recebeu 228 mil doses da vacina da Pfizer nesta semana, quando esperava que chegassem 456 mil doses ao estado.

No ofício enviado ao ministério, a secretaria afirma que São Paulo "desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19 sempre recebeu mais de 20% do quantitativo de vacinas destinado ao país, independente do público-alvo ou do imunobiológico".

O quantitativo seria proporcional à população do estado, que representa cerca de 22% do total do país, segundo o IBGE.

"Diante do exposto, esta Secretaria de Estado da Saúde requer o envio complementar de pelo menos 228.150 doses da vacina Pfizer em até 24 horas, considerando a relevância e urgência que a matéria se reveste", escreve o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, no ofício.

"Não podemos aceitar tal medida que corrompe o sentido maior de proteção da vida, que é a vacinação", disse o secretário na entrevista coletiva que Doria e a equipe de governo concederam aos jornalistas nesta quarta (4).

O governador Doria também se manifestou sobre o assunto nas redes sociais nesta tarde. "O argumento é que SP está com a vacinação mais avançada. Estão punindo a eficiência da gestão de SP?", escreveu. "Isso pode atrasar a vacinação de 228 mil paulistas."

Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se posicionou sobre a acusação. ​

De acordo com o governo, o estado de São Paulo já vacinou 80,04% de sua população adulta com ao menos uma dose. O balanço de terça-feira (3) indica mais de 27,15 milhões de aplicações de primeira dose, 9,6 milhões da segunda e mais de 1 milhão de dose única.

No dia 28 de julho, o tucano afirmou que a imunização de adultos no estado de São Paulo com a primeira dose da vacina contra o coronavírus será finalizada até o dia 16 de agosto. Na ocasião, Doria também anunciou o início da vacinação de adolescentes no dia 18.

A Pfizer foi a primeira fabricante a anunciar resultados de seu estudo em adolescentes de 12 a 15 anos, no início de maio, com 100% de eficácia.

De acordo com os resultados do estudo combinado de fases 2/3 em adolescentes, iniciado em 12 de outubro, foram detectados 16 casos de Covid-19 entre os 2.260 adolescentes envolvidos, todos no grupo placebo.

Além dos dados de eficácia, a vacina também se mostrou segura. E a imunogenicidade da vacina, isto é, a capacidade de induzir resposta imune no organismo, foi quase duas vezes maior na faixa etária de 12 a 15 anos em relação àqueles com 16 a 25 anos.

Veja, abaixo, o ofício encaminhado pela secretaria paulista ao Ministério da Saúde:​

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