Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Eleições 2022

Ações da PRF acendem alerta, e rede global progressista diz estar 'seriamente preocupada' com o Brasil

Progressive International cobra justiça contra operações

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A multiplicação de abordagens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em veículos que transportavam eleitores neste domingo (30) acendeu um sinal de alerta entre integrantes da Progressive International, rede global progressista que busca conter o avanço da direita no mundo.

Em comunicado, a articulação diz estar "seriamente preocupada" com relatos de uma "supressão generalizada e coordenada" contra a realização das eleições no Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro em evento da Polícia Rodoviária Federal
O presidente Jair Bolsonaro em evento da Polícia Rodoviária Federal - Pedro Ladeira/Folhapress

"As autoridades da Polícia Federal parecem ter intimidado os eleitores ao impedir sua ida às urnas", afirma o documento, obtido pela coluna. "O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, parece ter ordenado a seus subordinados que ignorassem ordens de autoridades judiciais", continua.

Se confirmada a orientação, diz a Progressive International, estaria em curso um crime eleitoral cuja finalidade seria influenciar o resultado do pleito brasileiro.

"Juntamo-nos à sociedade civil e a organizações políticas exigindo justiça contra essas operações e a cessação imediata da interferência eleitoral ilegal. Todos os brasileiros devem poder exercer o seu direito ao voto sem impedimentos", finaliza a articulação.

No ano passado, a rede progressista reuniu ex-presidentes, ex-premiês e parlamentares de 26 países em torno de uma carta que manifestava preocupação com as falas de teor golpista do presidente Jair Bolsonaro (PL) na véspera do 7 de Setembro. O documento também alertava para eventuais riscos à democracia brasileira apresentados pelo mandatário.

Como revelou a Folha, números internos da PRF mostram que o órgão já realizou 514 ações de fiscalização contra ônibus até as 12h35 deste domingo.

O volume de abordagens no segundo turno já é 70% maior do que o que foi registrado na primeira etapa do pleito, no dia 2 de outubro —não é possível estimar se elas ocorrem antes ou depois da votação desses passageiros.

Dados da Polícia Rodoviária Federal obtidos pela Folha ainda mostram que houve ao menos 82 abordagens somente a ônibus em Alagoas durante a realização do processo eleitoral.

O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, esteve no prédio do Tribunal Superior Eleitoral no início desta tarde. Em reunião com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, Vasques se comprometeu a interromper todas as abordagens em ônibus e a obedecer a decisão do ministro.

Leia, abaixo, a íntegra da nota da Progressive International sobre as operações ocorridas neste segundo turno das eleições:

"A Progressive International está seriamente preocupada com os relatos de supressão generalizada e coordenada contra os eleitores no Brasil.

As autoridades da Polícia Federal parecem ter intimidado os eleitores ao impedir sua ida às urnas. Mais de 500 casos foram confirmados e causaram grandes atrasos no trânsito em todo o país.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, parece ter ordenado a seus subordinados que ignorassem ordens de autoridades judiciais. Tal orientação configuraria uma tentativa flagrante de influenciar as eleições e constituiria um crime eleitoral.

Juntamo-nos à sociedade civil e a organizações políticas exigindo justiça contra essas operações e a cessação imediata da interferência eleitoral ilegal. Todos os brasileiros devem poder exercer o seu direito ao voto sem impedimentos."

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