A atriz Lúcia Veríssimo publicou, nesta quinta (27), uma foto no Instagram beijando a atriz Cássia Kis.
"Meu #tbt de hoje vai ser em homenagem à Cassia Kiss. Que sigamos sem hipocrisia e falso moralismo. Sim, foi de verdade esse beijo. Sim, é a Cássia Kiss que está me beijando", escreveu ela.
Lúcia postou a imagem ao som da música "Paula e Bebeto", na voz de Gal Costa. A letra da canção diz: "Qualquer maneira de amor vale a pena/ Qualquer maneira de amor valerá".
Em entrevista à jornalista Leda Nagle, Cássia Kis afirmou que famílias compostas por pessoas LGBTQIA+ representam uma "ameaça sobre a família" e destroem a vida humana. "Não existe mais o homem e a mulher, mas é a mulher com a mulher e o homem com o homem", disse ela.
"O que é que está por trás disso? Destruir a família, sem dúvida nenhuma. Mas destruir a família só? Não. Destruir a vida humana. Porque, que eu saiba, homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Então, como é que a gente vai fazer?", afirmou ainda.
Famosos comentaram na publicação de Lúcia Veríssimo. "Viva a diversidade", escreveu Maitê Proença. "Boa, Lúcia! Bota os pingos nos 'is'", disse a jornalista Leilane Neubarth.
"Nunca vi um #tbt tão maravilhoso!", escreveu o ator Leonardo Vieira. A atriz Ana Beatriz Nogueira e a cantora Fafá de Belém postaram emojis aplaudindo a foto publicada por Lúcia.
Uma das filhas da cantora Daniela Mercury e da empresária Malu Verçosa acionou o Ministério Público do Rio de Janeiro contra a atriz Cássia Kis. Bacharel e pós-graduanda em direito, Márcia Verçosa de Sá Mercury acusa a artista de LGBTfobia.
Ela afirma que as declarações atingem e ferem coletivamente pessoas LGBTQIA+ por sugerir que elas representam uma ameaça. "Falas como a da representada [Cássia Kis] não devem ser vistas apenas como polêmicas ou algo menor. Devem ser nomeadas pelo que de fato são: discriminação LGBTfóbica, um crime", diz.
Na representação, Márcia diz ainda que "pessoas LGBTQIA+ também constituem famílias —inclusive juridicamente reconhecidas e protegidas pelo Estado brasileiro.
Márcia afirma também ao Ministério Público que as falas de Cássia Kis fizeram com que se sentisse vulnerável e desamparada legalmente. "Não há espaço para a discriminação LGBTfóbica no Estado brasileiro. Por muito tempo ela foi tolerada, mas não mais", afirma.
A pós-graduanda é representada pelo advogado Pedro Martinez na representação. "LGBTfobia é crime no Brasil, é preciso que se entenda isso. Não deixaremos passar quaisquer ataques a pessoas e famílias LGTBQIA+", afirma o defensor.
A denúncia destaca que as falas da atriz tiveram grande alcance e que, apenas no canal oficial de Leda Nagle, foram mais de 600 mil visualizações. Ao Ministério Público, Márcia solicita a adoção de medidas que tirem o vídeo do ar e que impeçam a sua monetização.
O pedido de instauração de procedimento criminal foi protocolado junto à Coordenadoria de Direitos Humanos e de Minorias do Ministério Público do Rio de Janeiro.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.