Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo

'O gol não saiu, mas isso não tirou o brilho', diz Renata Silveira, 1ª mulher a narrar Copa na TV aberta

Narradora comandou transmissão na Globo entre Dinamarca e Tunísia, que terminou 0 a 0

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo na TV aberta no Brasil, Renata Silveira só lamenta que a partida entre Dinamarca e Tunísia, na manhã desta terça (22), tenha terminando em 0 a 0. "Tirando o placar, a experiência foi ótima", diz ela, aos risos, em mensagem enviada por áudio à coluna.

Em foto colorida, mulher de uniforme faz foto no meio de um estádio de futebol vazio
Renata Silveira faz parte da equipe de narradores da Globo - Reprodução/Instagram

"O jogo não foi exatamente o que a gente estava esperando. A Tunísia soube anular bem a Dinamarca em diversos momentos. No finalzinho, teve quase um pênalti. Deu aquela esperança de narrar um golzinho. O gol não saiu, mas isso não tirou o brilho desse dia tão especial", completa.

Apesar de emocionada pelo feito histórico, Renata afirma que tentou não ficar muito nervosa. É a sua terceira Copa do Mundo, embora seja a primeira na TV aberta, pela Globo. "E isso representa muita coisa", analisa. Ela narrou a primeira vez o torneio pela Rádio Globo, e a segunda na TV fechada.

"Desde 1970 a Globo transmite Copas do Mundo e, pela primeira vez, depois de 52 anos, uma voz feminina teve a oportunidade de narrar", destaca.

Para a locutora, a sua presença —assim como de outras mulheres comentando os jogos, na reportagem e em outras funções— servirá como inspiração para meninas e jovens que vão ligar a televisão para acompanhar o torneio do Qatar.

"Com certeza, a gente será referência. E não só para mulheres que queiram trabalhar com jornalismo esportivo. Mas para mulheres que queiram falar sobre futebol e não têm esse espaço ou confiança, às vezes dentro de casa ou na escola com os amigos, em que acham que futebol não é para mulher."

"Futebol é para mulher, sim, e é para mulher narrar também", reforça.

A transmissão do jogo Dinamarca x Tunísia rendeu à Globo 15 pontos de audiência no PNT (Painel Nacional de Televisão), quase o dobro do que a emissora costuma marcar na faixa horária —cada ponto equivale a 713.821 telespectadores.

Em relação à partida exibida na segunda (21), no mesmo horário (às 10h), entre Inglaterra x Irã, a disputa narrada por Renata deu um ponto a mais de audiência no PNT, segundo dados prévios.

Além de ser um jogo importante por ser o primeiro narrado por uma mulher na TV aberta, para Renata há outro motivo que torna o momento especial. Foi o seu reencontro com a seleção da Dinamarca e com o jogador Eriksen.

No ano passado, foi Renata que narrou o duelo entre o país e a Finlândia, pela Euro. Principal jogador dinamarquês, Eriksen teve uma parada cardíaca e perdeu a consciência em campo. A narradora carioca de 33 anos teve que mostrar habilidade para conduzir o período de 11 minutos em que o meia recebia atendimento.

"Poder reencontrar essa seleção e principalmente o Eriksen foi muito especial", diz.

Para o trabalho nesta Copa, Renata não foi ao Qatar —a transmissão é feita nos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro. Os locutores Cléber Machado e Gustavo Villani também comandam as partidas do Brasil, já Galvão Bueno e Luís Roberto foram ao país-sede do torneio.

"Eu até ia vir [para a transmissão] com a camisa da Dinamarca, mas está muito calor. Coloquei outra camisa, mas trouxe a da Dinamarca na mão", relata.


MÃOS DADAS

A ativista Graça Machel, viúva de Nelson Mandela, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a empresária Luiza Helena Trajano se reuniram na Sala São Paulo, na capital paulista, na noite de segunda-feira (21) para prestigiar a cerimônia de entrega do 20° Troféu Raça Negra. Juntas, elas foram homenageadas pelo prêmio que celebra personalidades atuantes no combate ao racismo e na defesa da população negra. A escritora moçambicana Paulina Chiziane, primeira mulher negra a vencer o Prêmio Camões, também esteve lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.