As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro na semana passada causaram destruição e afetaram a sede do Arquivo Nacional. Documentos foram atingidos, vidros foram quebrados e houve inundação. Devido aos estragos do temporal e da ausência de refrigeração em alguns blocos do prédio, servidores foram liberados do trabalho presencial.
O órgão federal tem como função preservar registros históricos do país e do governo.
Vídeos obtidos pela coluna (veja abaixo) mostram os depósitos localizados no último andar do bloco F inundados após a água entrar pelo teto e por janelas que foram quebradas pela tempestade. Segundo relatos, um dos vidros chegou a atingir um servidor, que teve ferimentos superficiais.
Dentro desse bloco, as áreas mais afetadas foram a de tratamento de documentos iconográficos —que inclui revelação de negativos e foto—, o laboratório de som e as ilhas de edição de vídeo. As ilhas foram transferidas para o quarto andar e ainda não voltaram a funcionar.
Um email enviado internamente nesta semana, obtido pela coluna, diz que a suspensão do atendimento dos serviços de reprodução de documentos audiovisuais será mantido até o dia 10 de março, "podendo esta data ser antecipada ou prorrogada mediante aviso prévio".
Em outro bloco do Arquivo Nacional, as chuvas chegaram a atingir caixas de documentos da época em que o Brasil era colônia de Portugal e também do período do Império. Estes registros estavam localizados no conjunto tombado.
Em nota, o Arquivo Nacional informa que o processo de secagem dos documentos já foi concluído, nenhuma folha foi danificada e, portanto, não precisará passar por procedimentos de restauração.
Mesmo antes do temporal, os blocos A, B, C e P, localizados no prédio tombado, já enfrentavam outros problemas estruturais como falha na refrigeração. Segundo os servidores, o sistema apresentava problemas desde o fim do ano passado, mas parou de funcionar neste mês. Devido ao calor, os funcionários foram liberados.
O arquivo Nacional diz que "foi concluída a manutenção [do sistema] no domingo [dia 12], mas uma outra peça do sistema apresentou defeito e, como está em garantia, deverá ser reposta ainda hoje [terça-feira, 14]". E que os funcionários foram liberados para trabalho remoto nos dias 7, 8, 9, 13 e 14 de fevereiro.
É também neste conjunto tombado onde funciona a sala de consultas do acervo para cidadão —-e que está prejudicada. Um funcionário ouvido pela coluna diz que está trabalhando de casa há sete dias.
O órgão diz, em nota, que "o atendimento chegou a ser retomado na segunda [13]", mas "devido ao novo problema, teve que ser paralisado, e deve retornar amanhã [quarta, 15]".
O Arquivo Nacional também diz que os edifícios da sede "apresentam necessidade de reformas estruturais, que foram incluídas, com o intuito de estancar tais problemas de forma definitiva, no projeto 'Modernização da infraestrutura física e tecnológica do AN'".
AGLOMERA
O cantor e multi-instrumentista Carlinhos Brown reunirá nomes como o cantor angolano Yuri da Cunha e a cantora baiana Mariene de Castro em seu novo álbum, "Pop Xirê", que será lançado na próxima quinta (16). O trabalho celebra os 40 anos de carreira do artista.
Seu filho caçula, Daniel, também participa do projeto —foi feita por ele a abertura da faixa "Aglomera". "Essa música tem um poder de alegria enorme porque ela nasceu com o desejo que a pandemia acabasse", afirma Brown.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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