Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Alalaô

'Rasgaram a Constituição', diz Oscar Magrini, sem provas, sobre a eleição de Lula

Ator endossou teses golpistas durante sua passagem pelo Camarote Bar Brahma, em São Paulo

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"Que foi roubado, foi", dispara o ator Oscar Magrini, em meio ao espaço VIP do Camarote Bar Brahma, em São Paulo, durante a madrugada deste sábado (18). Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), ele endossa teses golpistas difundidas pelo ex-mandatário, sem provas, de que o processo que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi fraudado.

O ator Oscar Magrini na primeira noite do Camarote Bar Brahma, no Anhembi, em São Paulo - Ronny Santos/Folhapress

"Rasgaram a Constituição", afirma ainda à coluna. "Eu acho que tem que instaurar inquérito, tem que averiguar. Por que pediram para abafar o caso? Se nada teme, se não tem nada a dever, vamos ter transparência. Esse não é o governo da transparência? Então vamos ver, vamos apurar o que re-al-men-te a-con-te-ceu", segue, enfatizando cada sílaba das palavras.

A narrativa de fraudes não é corroborada por observadores internacionais. No ano passado, o chefe da missão da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore), Lorenzo Córdova, por exemplo, classificou a urna eletrônica brasileira como uma "fortaleza da democracia".

Análises feitas pelo Ministério da Defesa, ainda sob o comando de Jair Bolsonaro, e por órgãos e entidades como o TCU (Tribunal de Contas da União) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também não identificaram irregularidades no processo eleitoral.

Para Magrini, no entanto, até mesmo os ataques contra as sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro deste ano, teriam sido alvo de conspiração.

"Quando os patriotas estavam [a caminho], faltando quase 800 metros para chegar no Planalto —eles são tão burros!—, já tinha gente lá dentro filmando a quebradeira", diz o ator, novamente sem provas. Questionado se está sugerindo que a depredação foi armada, responde: "Eu acho, sim".

Magrini, que está em cartaz na capital paulista com a peça "O Vison Voador", afirma não ser contra a "direita ou a esquerda", mas, sim, um entusiasta de "um Brasil melhor". Ele também diz apoiar o retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, desde que o ex-mandatário se proponha a fazer algo "melhor".

"Se ele voltar para fazer uma coisa melhor, 'tamo junto'. Se não, vai fazer o quê? Deixa como está, né? Deus está no comando, e eu acho que tem um propósito", afirma, sem esclarecer o que seria "uma coisa melhor".

Se ele guarda expectativas positivas em relação ao governo Lula? "Eu nunca votei no PT. Em 2002, eu estava na Bahia fazendo teatro. Em 2006, eu estava no Acre fazendo teatro. Em 2010, eu estava na Bahia fazendo teatro. Em 2014, eu votei no Aécio Neves. Nunca votei no PT. É para me f*der? Então vai me f*der".

Ao ser questionado pela coluna sobre o motivo, explica: "Estamos falando de política", finaliza, antes de voltar à folia.

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