Descrição de chapéu Eleições 2022

Observadores internacionais exaltam urna eletrônica e segurança das eleições no Brasil

Missões de observação reconhecem filas, mas dizem que problema não foi generalizado

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Brasília

Em relatórios preliminares, missões internacionais de observação eleitoral exaltaram a urna eletrônica e afirmaram que o primeiro turno de votação no Brasil foi seguro e transparente.

Parte dos observadores também reconheceu que houve filas em diversas seções eleitorais, mas afirmou que o problema não foi generalizado.

Duas urnas eletrônicas posicionadas em bancada branca
Teste Público de Segurança das urnas eletrônicas, feito em maio, em Brasília - Pedro Ladeira - 12.mai.22/Folhapress

O chefe da equipe da Uniore (União Interamericana de Organismos Eleitorais), Lorenzo Córdova, disse que a urna eletrônica brasileira é uma "fortaleza da democracia" e o melhor modelo deste tipo que já teve contato.

"Digo como mexicano, com um pouco de inveja, estamos começando o processo de criação da urna eletrônica. O último modelo é provavelmente mais bonito [que o brasileiro], mas nem de longe mais seguro", afirmou Córdova na segunda-feira (3).

Além de acompanhar o dia da votação, a missão da Uniore trouxe técnicos ao Brasil para analisar os programas do sistema eletrônico de votação.

Entidades nacionais também acompanharam o pleito. Em relatório parcial, a Transparência Eleitoral Brasil disse que não houve "inconsistências que pudessem comprometer a segurança do sistema eletrônico de votação". Ainda citou que o ano foi marcado por "momentos de muita tensão", principalmente por questionamentos das Forças Armadas às urnas.

"Percebe-se que as eleições 2022 estão sendo realizadas em um contexto desafiador que pode culminar na deslegitimação da democracia como um todo", disse a Transparência Eleitoral Brasil.

A OEA (Organização dos Estados Americanos) apontou no relatório preliminar que a "cidadania brasileira demonstrou maturidade e compromisso cívico" mesmo em "contexto de alta tensão e polarização".

"O TSE entregou resultados de forma profissional e oportuna, tendo a conclusão reconhecida por todos os atores políticos", afirmou o documento da OEA.

Já a missão do Parlasul (Parlamento do Mercosul) disse que o uso da urna eletrônica foi seguro e confiável, "não suscitando reclamações e não sendo observados quaisquer inconvenientes na sua utilização".

"A eficiência e normalidade do processo eleitoral foi corroborada. Neste contexto, é reconhecido o sucesso do TSE na organização deste processo eleitoral, que permitiu obter resultados oficiais poucas horas após o final da votação", destacou o relatório do Parlasul.

O parecer da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) afirma que as eleições no Brasil ocorreram "em conformidade com os preceitos legais" e satisfizeram os requisitos internacionais.

Esse grupo de observadores também declarou que a urna eletrônica revelou-se "segura, confiável e expedita" e "não suscitou reclamações e nem foram observados procedimentos suscetíveis de pôr em causa a transparência e a verdade da votação".

Representante de Portugal na missão da CPLP, João de Almeida disse que foram observadas filas no momento da votação, "mas não foi uma situação generalizada".

O TSE ampliou o rol de observadores internacionais para o pleito de 2022. A iniciativa foi uma forma de respaldar as eleições e reagir às tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar a Justiça Eleitoral.

Além da OEA, Uniore, CPLP e Parlasul, acompanharam o pleito e ainda não apresentaram relatório parcial as missões da Ifes (Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais), Centro Carter e Rede Mundial da Justiça Eleitoral.

As missões de observação também elogiaram mudanças feitas no processo eleitoral para melhorar a inclusão de pessoas com deficiência.

A OEA trouxe 53 observadores e especialistas de 17 nacionalidades. Eles acompanharam as eleições em 15 estados e no Distrito Federal.

No relatório preliminar, a OEA afirma que verificou filas durante a tarde em 91% das seções observadas. "Apesar disso, a Missão observou que a jornada transcorreu de forma tranquila e que não se registraram maiores incidentes", afirma o documento.

As missões do Parlasul e da OEA apontaram baixa representatividade de mulheres entre os políticos eleitos no primeiro turno.

"Ao mesmo tempo, o número de deputados/as negros/as eleitos/as ainda não é representativo da diversidade brasileira, onde 56% da população se autodeclara preta ou parda", diz o Parlasul.

As entidades também devem acompanhar o segundo turno. Após o fim do pleito, planejam apresentar relatório definitivo sobre a observação eleitoral.

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