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Chefe da Receita de Bolsonaro envolvido no caso das joias pede demissão

Julio César Vieira Gomes é suspeito de ter pressionado fiscais para liberarem os itens apreendidos em aeroporto

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O ex-secretário da Receita Federal Julio César Vieira Gomes, que conversou com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a liberação das joias presenteadas pela Arábia Saudita, pediu a sua exoneração do órgão. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (10).

De acordo com a portaria, a saída se deu "a pedido". Ele estava lotado na Superintendência Regional da Receita no Rio de Janeiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-secretário da Receita Federal Julio César Vieira Gomes - Isac Nóbrega e Washington Costa/Divulgação Presidência da República e Ministério da Fazenda

Julio César é suspeito de ter pressionado fiscais para liberarem as joias apreendidas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele nega a tentativa de interferência. Procurado pela coluna para comentar o pedido de exoneração, o ex-chefe da Receita não respondeu às ligações.

De acordo com pessoas familiarizadas com o caso, sua saída não afeta ou altera as investigações. A diferença é que, distante do órgão, Julio César terá mais tempo para trabalhar a sua defesa.

A atuação de Gomes se tornou alvo de suspeitas após o site G1 revelar que o ex-secretário encaminhou à Superintendência da Receita em São Paulo um email solicitando o atendimento ao ofício em que o ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, pedia a entrega das joias "a este órgão da União".

Ele, no entanto, afirmou que a mensagem que enviou à superintendência tinha como objetivo iniciar a análise do caso.

Em nota, Julio César disse que a solicitação feita por Mauro Cid "não tinha como objeto a sua liberação a quem quer que seja, mas a doação pela Receita Federal para a incorporação dos itens à documentação histórica, órgão da Presidência da República".

Ele afirmou também que, após discussão interna sobre o tema, ficou concluído que a entrega dos bens à Presidência dependia de solicitação da Secretaria Especial de Administração, e não de pedido do ajudante de ordens.

Julio César ainda declarou ter informado sobre a decisão antes de ser nomeado adido na Embaixada do Brasil em Paris.

"Assim, iniciado o processo com a análise preliminar, iniciou-se a análise técnica mais aprofundada. Após estudos e amplas discussões sobre o tema, concluiu-se que a incorporação a órgão da Presidência da República competiria à Secretaria Especial de Administração ou instância superior."

Gomes confirma ter falado ao telefone com o militar designado por Cid para buscar as joias no dia 29 de dezembro, mas afirma que o alertou de que a avaliação do caso pela Receita ainda não estava concluída.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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