Na semana passada, prefeitos do estado de São Paulo pediram ao Ministério da Saúde que ampliasse as faixas etárias que poderiam receber a vacina bivalente contra a Covid-19, a fim de evitar desperdício.
O pedido foi feito em uma carta assinada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), órgão que reúne gestores de saúde do estado e de municípios paulistas, e pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems-SP).
"Os municípios recebem as vacinas descongeladas, o que diminui o prazo de validade delas", afirmaram os gestores, solicitando que a campanha também pudesse atender "pessoas que estão com a dose de reforço em atraso" ou então "adolescentes e adultos que não fazem parte da estratégia bivalente neste momento".
Na última segunda (24), menos de uma semana após o recebimento da carta, o Ministério da Saúde atendeu à demanda e ampliou a campanha contra a Covid-19 em todo o país.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), destoando dos demais, passou a se queixar sobre a disponibilização das doses da vacina bivalente contra a Covid-19.
No mesmo dia em que foi ampliado o reforço, o emedebista reclamou que a capital paulista não tinha imunizantes suficientes para toda a população adulta e que não havia sido comunicado previamente sobre a expansão da campanha vacinal.
Integrantes do governo, no entanto, afirmam que não faria sentido despachar milhões de doses para São Paulo antes que o município estabeleça um cronograma e defina quantas unidades serão necessárias para cada etapa da imunização.
Do contrário, sustentam, haveria o risco de que as vacinas percam a sua validade e precisem ser incineradas, como ocorreu sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Integrantes do governo criticam a postura, e Nunes está sendo visto como uma espécie de "lobo solitário" em suas queixas.
O entendimento é o de que o prefeito de São Paulo deveria focar em superar a hesitação da população em tomar a vacina bivalente em vez de se dedicar às queixas, já que a pasta estaria pronta para disponibilizar, a qualquer momento, as doses que forem requisitadas.
"A percepção da procura pela vacina bivalente não tem correspondido à expectativa inicial de que a população continuaria buscando a vacinação como forma de se prevenir da doença", afirmou, à pasta, a carta da CIB e do Cosems-SP.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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