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'Nossa mãe é confidente, porto seguro e completo amor', dizem filhas de Gugu sobre Rose

Marina e Sofia Liberato dizem que mãe é figura central também na vida do irmão, João Augusto, que disputa com ela herança bilionária

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As irmãs gêmeas Sofia (à esq.) e Marina Liberato,19, no escritório do advogado Nelson Wilians, em São Paulo

As irmãs gêmeas Sofia (à esq.) e Marina Liberato,19, no escritório do advogado Nelson Wilians, em São Paulo Eduardo Knapp/Folhapress

Marina e Sofia Liberato, as gêmeas filhas de Gugu e de Rose Miriam di Matteo, dizem que demoraram para entender a dimensão da popularidade do pai no Brasil. "Eu acho que até recentemente a gente não tinha muita noção do quão famoso ele era", conta Sofia. As duas têm 19 anos.

Não que as duas não soubessem que ele era uma personalidade conhecida do público. Quando iam a restaurantes, eram comuns pedidos para que Gugu posasse para fotos ou desse um autógrafo. "Mas era tudo bem natural, e ele adorava interagir com os fãs", diz Sofia.

Sofia (à esq.) e Marina Liberato no escritório do advogado Nelson Wilians, em São Paulo
Sofia (à esq.) e Marina Liberato no escritório do advogado Nelson Wilians, em São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

"Fiquei chocada com o número de fãs. E achei legal que foi aberto ao público. São pessoas que todo o domingo sentavam no sofá para assistir meu pai na TV. De alguma forma, elas eram parte da família", afirma Sofia.

A fama do pai, afirmam as duas, nunca as incomodou. "Ele sempre foi presente e nunca quis que nós nos sentíssemos forçadas a ser famosas também. É uma escolha nossa. Ele sempre quis que a gente vivesse uma vida normal. Até por isso que a gente foi morar nos Estados Unidos", relata Marina.

Sofia completa que Gugu se preocupava tanto em preservar a intimidade da família que muitas pessoas chegavam a se espantar quando o viam ao lado dos filhos. "Perguntavam para ele: 'Nossa, você tem filhos?'"

Essa privacidade, no entanto, vem sendo exposta na mídia desde que veio a público uma disputa pela herança bilionária do apresentador. A mãe das gêmeas, Rose Miriam, entrou com uma ação na Justiça em 2019 pedindo que seja reconhecida a sua união estável com o apresentador. Com isso, ela passaria a ter direito a uma parte da herança.

O processo dividiu a família. Sofia e Marina, se posicionaram a favor da mãe. Já o irmão mais velho, João Augusto, não concorda com o processo movido por Rose e ficou ao lado da tia Aparecida Liberato, irmã de Gugu.

As duas estudantes conversaram com a coluna na semana passada, no escritório do advogado que as representa na ação, Nelson Wilians, em São Paulo. Morando nos Estados Unidos, elas e a mãe vieram ao Brasil especialmente para a audiência judicial, realizada na segunda (22).

Gêmeas idênticas, as irmãs se diferenciam pelo tom dos cabelos e uma pequena diferença no timbre de voz —Sofia, que usa os fios avermelhados, é um pouco mais rouca que a irmã, que é adepta de reflexos loiros. Embora respondam muitas das perguntas no plural, como se fossem uma pessoa só, elas residem em cidades diferentes e têm aspirações distintas para o futuro.

O processo judicial corre sob segredo de Justiça e, por isso, as estudantes preferiram não falar sobre o tema nesta entrevista. Disseram apenas que conversam normalmente com João e que os três mantêm um "grupo dos irmãos" no WhatsApp, em que batem papo sobre assuntos diversos. "A gente fala sobre filmes, sobre a vida", diz Marina.

O relacionamento com o irmão só não é mais próximo, dizem elas, porque João mora em Orlando, e as duas vivem no estado da Califórnia, no outro extremo dos Estados Unidos. Mas agora Sofia está de mudança para Miami.

A ida de toda a família para o país norte-americano aconteceu há oito anos, quando os três eram crianças. Gugu se dividia entre o Brasil, onde apresentava programa na Record, e a vida ao lado de Rose e dos filhos na Flórida.

Marina diz que, dentre os pais, Gugu era o mais rigoroso. "E nossa mãe, o apoio permanente". Sofia completa que Rose é figura central na vida dos três até hoje. "Além de nossa mãe, ela é nossa confidente, nosso porto seguro, tanto meu quanto dos meus irmãos. Nossa relação é de completo amor."

Durante a conversa de quase uma hora, as gêmeas relembraram outros momentos familiares, como quando eram crianças, e João Augusto tirava sarro das caçulas por elas estarem acima do peso. "É irmão, né? Ele zoava a gente porque é magro", diz Sofia, rindo.

Elas também se recordam de apoiarem João quando ele jogava futebol. "Nós tínhamos uns 14 anos. Meu pai falou: 'Vamos todo mundo assistir ao campeonato do João?’. Viajamos para a Disney, e a gente ficava horas lá, debaixo do sol, vendo os jogos", relata Sofia.

"Nós achávamos muito legal, porque achávamos ele [João] muito bom [jogando futebol]. A gente levava até pompom para torcer", acrescenta Marina, aos risos.

Gugu também incentivava as filhas no vôlei, esporte que elas praticaram por cinco anos. "Sempre quando tinha jogo nosso, ele filmava e fazia live", conta Marina. "A gente falava: 'Por que você tem que filmar a gente jogando?'. ", relembra Sofia.

Se elas não gostavam de aparecer no passado, hoje não veem problemas em expor um pouco das suas rotinas nas redes sociais. "Na verdade, antes a nossa conta [no Instagram] era fechada. A gente decidiu abrir porque tinham muitos perfis falsos usando o nosso nome", explica Sofia.

Ela e a irmã afirmam que, inicialmente, não se importavam muito com o número de seguidores. Marina acumula hoje 440 mil fãs na rede social, e Sofia, 521 mil. As duas dizem receber muitas mensagens carinhosas dos fãs de Gugu. "Parece que ele não tinha hater", diz Sofia. "As pessoas se sentem felizes em nos ver, falam que somos parecidas com o nosso pai. Acho que isso dá um conforto para elas", afirma Marina.

"Vocês se acham semelhantes a ele?", questiona a coluna. "Acho que somos mais parecidas com ele [do que com a mãe], sim", responde Sofia. "O sorriso", completa Marina. Em relação ao legado artístico, há uma divisão. Sofia afirma que, assim como o pai, também gosta de pintar quadros. "Ele sempre dividia as ideias dele comigo, e a gente chegou a pintar um quadro juntos para um trabalho da minha aula de inglês", diz.

Já Marina diz se interessar por tudo que envolve o audiovisual e que seu desejo é ser diretora. Atualmente, ela faz faculdade de cinema na LMU (Loyola Marymount University), em Los Angeles. "É lógico que eu me inspiro no meu pai. A gente sempre conversava sobre os cenários e os figurinos dos filmes e sobre como tudo era pensado para passar uma mensagem ao espectador'", relata.

Uma das ideias dela é fazer um documentário sobre Gugu. "Gostaria de fazer um filme do meu pai, mostrando a trajetória dele", diz. "Eu não sei a história dele inteira em detalhes e iria me aprofundar nisso". Ter a participação de Silvio Santos no projeto é o sonho maior. "Se ele aceitasse… seria muito legal."

O início da carreira de Gugu é um dos pontos que a estudante afirma mais ter curiosidade. "Ele falava menos sobre isso, mas o que ele dizia era que começou do zero e que foi muito difícil", diz. "E que teve de trabalhar muito. Ele falava que a gente tinha que ir para a faculdade, batalhar para conseguir as nossas coisas também", acrescenta Sofia.

Questionadas se não se imaginam trabalhando em frente às câmeras, elas dizem que até já pensaram nessa possibilidade, mas que, depois anos morando nos Estados Unidos, o português está enferrujado —o que não transparece durante a entrevista. "Se fosse uma oportunidade muito boa, que a gente pudesse mostrar para os brasileiros a imagem do nosso pai, que o representasse e fosse algo que a gente realmente gostasse, poderíamos fazer", pondera Marina.

Outra característica que ela afirma ter herdado do pai é o gosto por surpreender as pessoas. "Puxei isso muito dele. Fico inventando umas coisas malucas. Agora, por exemplo, a gente vai fazer duas surpresas para nossas amigas, que não sabem que a gente está no Brasil", conta ela.

"Ele fazia muito isso dando casas para as pessoas, no táxi do Gugu [quadro em que o apresentador se fantasiava para não ser reconhecido e circulava de táxi por São Paulo]. A gente ama essas coisas também", afirma Marina.

Sofia faz faculdade de administração, mas ainda não tem muito definido como seguirá no futuro. Uma das possibilidades é se consolidar como influenciadora fitness, algo que ela já vem fazendo em suas redes sociais.

"Agora eu tenho um propósito nas redes, que é mostrar a minha vida mais saudável. Acho muito legal compartilhar isso com os meus seguidores para influenciá-los a terem uma vida mais saudável, porque está bem difícil hoje em dia", diz Sofia.

Ela afirma ter tentado "várias dietas malucas" ao longo da vida, e diz que ambas sofreram bullying na escola por causa da aparência física. "A gente era chamada de bolinha de queijo [...] Éramos bem cheinhas mesmo", conta, aos risos.

Na infância, quando iam na churrascaria preferida do pai em São Paulo, ela e a irmã lembram que Gugu dizia às filhas que só poderiam comer um doce. "Tinham aqueles pirulitos de chocolate da Minnie e do Mickey, e a gente só podia pegar um, mas queríamos todas as sobremesas", relata Marina.

"Dieta, que a gente diz, é comer saudável: carboidrato, proteína e legumes", explica Marina. Um outro ponto em comum entre as irmãs é que as duas viraram adeptas de atividade física. Sofia faz diariamente musculação, já Marina gosta de andar de patins em uma pista de skate perto da praia, em Los Angeles.

Na semana em que ficaram no Brasil —eles foram embora na quinta (25)—, aproveitaram para ir ao dentista, a médicos, cuidar dos cabelos, matar a saudade dos amigos e da família e, principalmente, comer em restaurantes japonês. "Lá não tem rodízio de japonês gostoso como aqui. Parece que o brasileiro inventou um novo sushi", diz Marina, aos risos.

Com a mudança de Sofia para Miami —antes ela estava em Malibu, a cerca de 50 km de Los Angeles, onde vive Marina—, as irmãs terão de se acostumar a se ver com menos frequência.

"A gente já morava longe uma da outra, mas a gente se via pelo menos uma vez por semana. Agora, é tipo distanciamento total. São seis horas de viagem de avião [até Miami], vai ser mais difícil", diz Sofia. "Lógico que a gente sente saudade e queremos nos ver mais dias, mas é a vida. Vamos tentar viajar mais", conclui Marina.

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