O ator Ícaro Silva voltará aos palcos no ano que vem em uma nova montagem brasileira do musical "Cabaret". O artista interpretará o escritor norte-americano Cliff Bradshaw, um dos protagonistas da adaptação idealizada pela produtora Marília Toledo e pelo diretor Kleber Montanheiro.
"É o primeiro clássico da Broadway que eu vou fazer", diz Ícaro à coluna. O ator já estrelou outros musicais em sua carreira —o último deles, "Ícaro and The Black Stars", é escrito e dirigido pelo também ator Pedro Brício, e homenageia a música negra ao redor do mundo.
"Eu me encontrei nessa forma de teatro, não só pelos muitos parceiros e muitos amigos que fiz, mas também porque me sinto parte desse meio", afirma ele.
Sucesso da Broadway dos anos 1960, o musical mostra o cabaré em que a dançarina Sally Bowles se envolve com Cliff. A trama se passa originalmente no início dos anos 1930, em uma Alemanha cada vez mais simpatizante do nazismo.
A versão brasileira vai estrear no dia 8 de março do ano que vem, no 033 Rooftop do Teatro Santander, em São Paulo.
A ideia é que seja uma montagem imersiva, em que o público possa se sentir em um cabaré.
Para Ícaro, a peça é atemporal ao tratar de temas universais como a liberdade. "O musical fala com o nosso tempo no sentido de que precisamos estar atentos à nossa liberdade, que é um direito que sempre está ameaçado", diz ele.
O ator destaca que o musical também mostra "a beleza do que é um cabaré ". "E é um lugar que já há muito tempo vive à margem da sociedade", afirma. "A gente ainda luta para provar que ser artista é uma profissão digna. Em tantas áreas da nossa profissão, a gente ainda precisa se provar digno. Acho que o musical trata disso também", salienta.
No momento, Ícaro grava a série da HBO Max "Máscaras Não Cairão Automaticamente", que fala sobre a epidemia de HIV no Brasil nos anos 1980. Também terminou de filmar recentemente a versão brasileira da comédia romântica "Amizade Colorida", estrelada em 2011 por Mila Kunis e Justin Timberlake.
Para ele, é um grande privilégio poder ter chegado em um momento em sua carreira em que pode escolher os projetos que deseja fazer.
"Acho que o mercado está mais aberto para os atores, mas o Brasil ainda tem um longo caminho até se tornar uma indústria [audiovisual] tão poderosa e grande quanto a americana e indiana", afirma.
"Mas após vermos a cultura sendo subjugada, acho que hoje os profissionais da área já entendem que economicamente a cultura é muito poderosa e importante no Brasil. Espero que possamos ter cada vez mais espaço e um mercado ainda maior", acrescenta.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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