Manifestantes e organizações da sociedade civil realizaram um protesto na terça (21) em Ramallah, na Cisjordânia, pedindo que os governos da América Latina, África e Ásia imponham um embargo militar a Israel por causa da ação do país na Faixa de Gaza.
Na manifestação, havia cartazes direcionados ao Brasil, com frases escritas em português. "Lula, é genocídio. Aja agora", dizia um deles. Faixas em outros idiomas também foram empunhadas no ato, que foi organizado pelo movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
"Nossas principais prioridades são um embargo militar e de segurança total contra Israel e a apresentação de seus criminosos de guerra ao TPI [Tribunal Penal Internacional]", disse Mahmoud Nawajaa, do BDS.
No final de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descreveu a guerra no Oriente Médio como genocídio.
"O problema é que não é uma guerra, é genocídio que já matou quase 2.000 crianças que não têm nada a ver com esta guerra, são vítimas desta guerra. Não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado desta guerra é a morte de inocentes", afirmou.
Em 13 de novembro, ao receber o grupo de 32 brasileiros e palestinos que foi repatriado da Faixa de Gaza, Lula voltou a criticar o governo de Israel.
"Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra; ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra; ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, estão matando junto crianças", declarou o presidente.
No protesto, os manifestantes também cobravam um cessar-fogo.
Na madrugada de quarta (24), o governo de Israel e o Hamas fecharam o primeiro grande acordo desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, para o estabelecimento de uma trégua e a libertação de dezenas de reféns.
O cessar-fogo de quatro dias terá início nesta sexta (24). A "pausa humanitária" tem como objetivo permitir a soltura de 50 dos cerca de 240 reféns mantidos pelo Hamas no território. Em troca, Tel Aviv se comprometeu a soltar 150 mulheres e menores de idade palestinos detidos em seus presídios.
OLHO VIVO
O jurista, professor da USP e colunista da Folha Conrado Hübner Mendes recebeu convidados para o lançamento de seu mais novo livro, "O Discreto Charme da Magistocracia – Vícios e Disfarces do Judiciário Brasileiro" (Todavia), realizado na Faculdade de Direito da USP, na capital paulista, na noite de terça (21). A ex-vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko e o ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Luiz Philippe Vieira de Mello Filho participaram de um bate-papo sobre a obra.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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