O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), responsável pela criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que tem como principal alvo o padre Júlio Lancellotti e sua atuação na região da cracolândia, em São Paulo, diz que "todos podem ser investigados" e que o pároco "não é a Arquidiocese, tampouco a Igreja Católica".
"Não vou recuar de maneira alguma", afirma ele à coluna. A possível instalação da CPI na Câmara Municipal de São Paulo provocou uma série de reações, inclusive da própria Arquidiocese de São Paulo.
Como mostrou o Painel, o órgão da Igreja Católica disse na noite de quarta (3) que acompanha a ofensiva "com perplexidade". À coluna, o líder da bancada do PT, Senival Moura, afirmou que o partido iria obstruir a instalação CPI na Casa.
Nesta quinta (4), parlamentares que haviam assinado o requerimento para a abertura da comissão anunciaram que vão retirar o apoio à investigação. Questionado sobre o assunto, Rubinho contemporiza a movimentação.
"São naturais as reações adversas. E essa perseguição aos parlamentares só mostra que tem algo muito grande por trás", diz o parlamentar. "[A CPI] vai ser aberta. Boa parte [dos vereadores que assinaram o documento] se mantêm, estão apoiando."
"Eu respeito muito a Igreja, mas ela não é uma pessoa, ela não se confunde com o vigário. E, naturalmente, todos podem ser investigados, inclusive o Júlio. Ele não é a Arquidiocese, tampouco a Igreja."
Na CPI, Rubinho Nunes pretende investigar o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambos atuam junto à população em situação de rua e a dependentes químicos da região central da cidade, assim como o padre Júlio.
A Bompar é uma entidade filantrópica ligada à Igreja Católica e que já teve o padre Júlio como conselheiro. Já a Craco Resiste atua contra a violência policial na região da cracolândia.
Em dezembro, o pároco disse ao Painel que não tem qualquer incidência sobre as entidades e não atua em projetos conjuntos com elas. Ele ainda afirmou que não é do conselho da Bompar há 17 anos e que ocupava uma posição sem remuneração no conselho deliberativo da entidade.
SOM
O músico Totô de Babalong lançará no próximo dia 10 o seu segundo álbum, "Pescoço Salgado". O trabalho é composto por oito composições próprias e conta com as participações especiais de Gaby Amarantos, Rachel Reis e RDD. Um dos destaques do disco é a faixa "Toca Metallica pra Mim", que foi inspirada na música folclórica argentina "El Baiano", interpretada por Soledad, e que narra a historia de uma menina que se apaixona por um músico baiano no Rio de Janeiro. Assim como na composição, Totô é baiano, mas mora na Cidade Maravilhosa.
com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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