Neste mês da mulher, vou trazer muitas reflexões necessárias. Hoje, trago uma que não é novidade, mas que continua gritante em sua urgência. Mesmo em pleno século 21, com todas as conquistas que já celebramos, a desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste de uma maneira para a qual não podemos mais fechar os olhos. De acordo com as estatísticas do IBGE divulgadas no dia 8 de março, mulheres recebem 79% do que é pago aos homens. E isso, minha gente, é só a ponta do iceberg.
Sabemos que, além da jornada profissional, muitas de nós dedicamos horas a mais em tarefas domésticas, um trabalho invisível e não remunerado que ocupa quase o dobro do tempo das mulheres em comparação ao dos homens. Isso sem falar na situação ainda mais desafiadora enfrentada pelas mulheres negras, que sofrem uma dupla desvantagem nessa disparidade.
Mas o que realmente me deixa intrigada é o paradoxo da educação: somos maioria com diplomas universitários, mas essa conquista não se reflete na igualdade de salários ou posições de liderança. O Brasil está bem atrás em rankings de presença feminina em espaços de poder, como o Congresso, onde a nossa voz é essencial para promover mudanças reais.
A questão é: por que, mesmo sendo tão capacitadas, ainda somos vistas e tratadas como menos? E como podemos mudar esse cenário?
A resposta começa com cada uma de nós. É preciso ocupar espaços, levantar nossa voz, questionar e, principalmente, apoiar umas às outras. A mudança vem com ação, com a recusa em aceitar o status quo. Precisamos de mais mulheres em posições de poder, de mais lideranças femininas que reflitam a diversidade e a competência que já possuímos.
Empreender, liderar, inovar –não são apenas palavras, são caminhos para redefinir o mercado de trabalho e as estruturas de poder. É hora de transformar nossa educação e nossa capacidade em igualdade de oportunidades e remuneração. E isso não é apenas uma questão de justiça social, mas, sim, uma questão de eficiência e desenvolvimento para toda a sociedade.
Minha mensagem hoje é de otimismo, porque vejo em cada mulher a força para mudar esse cenário. Juntas, somos imparáveis. E não vamos parar até que a igualdade não seja apenas um objetivo, mas uma realidade.
Então, me digam, como vocês estão contribuindo para essa mudança? Vamos conversar, vamos planejar, vamos agir. A mudança começa agora, e começa com a gente. E lembrem-se, quando uma de nós avança, todas avançamos juntas.
Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.