Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá

Sem Europa, China encara sozinha os EUA

Jornal chinês chega a questionar o governo, após União Europeia fechar com Trump

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

No South China Morning Post, “Trump está prestes a mirar todo o fogo da guerra comercial contra a China, após acordo com União Europeia”. A UE acertou até “aumentar a compra de soja e gás natural dos EUA, duas armas potenciais de Pequim no conflito com Washington”.

O jornal de Jack Ma, do Alibaba, ouve da consultoria Capital Economics que a “China cortejou a Europa a ficar do seu lado, no início do mês, mas a Europa continua a compartilhar as preocupações dos EUA com as políticas industriais chinesas, como o plano de se tornar superpotência de tecnologia”.

E ouve do geógrafo brasileiro Gustavo Oliveira que o acordo EUA-UE mostra que Trump “provavelmente persistirá nas tarifas contra a China até o quarto trimestre deste ano, quando acontecem as eleições americanas e começam as colheitas de soja no hemisfério Norte”.

Em editorial, o Huanqiu/Global Times, jornal do PC chinês, afirma que Pequim não acreditava mesmo que a UE se tornaria uma “aliada” contra os EUA, porque europeus e americanos têm “sociedades desenvolvidas” e com igualdade de forças nos conflitos comerciais.

Já a China é país em desenvolvimento e não pode ceder a Trump, que “exige comércio exatamente nas mesmas condições”, o que seria como “fazer um peso-pesado lutar contra um peso-médio”. Em suma, “não importa quanta pressão Washington faça, Pequim não vai ceder”.

CHINA ENFRAQUECIDA

Longa reportagem do SCMP, com a ilustração acima, destaca "como Pequim foi pega no contrapé, pensando que Trump blefava: o controle cerrado do PC pode estar enfraquecendo a compreensão da política americana", ao "desencorajar especialistas chineses de falar o que pensam".

PAX SINICA, NÃO

No britânico Financial Times, o colunista Edward Luce escreve que a “China deve realmente começar a se preocupar com Trump”, depois do acordo europeu.

E a capa da britânica Economist, intitulada “Planeta China”, questiona o projeto chinês de uma nova “rota da seda” e cobra a presença dos EUA na Ásia, para se contrapor à “Pax Sinica”.

DE VOLTA AOS BRICS

Afastada dos EUA e agora também da Europa, a China se volta para os emergentes. No enunciado do SCMP, “Xi Jinping corteja apoio dos Brics enquanto ataca tarifas de Trump”. No Huanqiu/Global Times, “Xi estimula Brics a construírem economia aberta para benefício mútuo”.

O presidente chinês até posou sorridente com o brasileiro Michel Temer para a agência estatal Xinhua, “defendendo maior solidariedade e coordenação”.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.