No South China Morning Post, “Trump está prestes a mirar todo o fogo da guerra comercial contra a China, após acordo com União Europeia”. A UE acertou até “aumentar a compra de soja e gás natural dos EUA, duas armas potenciais de Pequim no conflito com Washington”.
O jornal de Jack Ma, do Alibaba, ouve da consultoria Capital Economics que a “China cortejou a Europa a ficar do seu lado, no início do mês, mas a Europa continua a compartilhar as preocupações dos EUA com as políticas industriais chinesas, como o plano de se tornar superpotência de tecnologia”.
E ouve do geógrafo brasileiro Gustavo Oliveira que o acordo EUA-UE mostra que Trump “provavelmente persistirá nas tarifas contra a China até o quarto trimestre deste ano, quando acontecem as eleições americanas e começam as colheitas de soja no hemisfério Norte”.
Em editorial, o Huanqiu/Global Times, jornal do PC chinês, afirma que Pequim não acreditava mesmo que a UE se tornaria uma “aliada” contra os EUA, porque europeus e americanos têm “sociedades desenvolvidas” e com igualdade de forças nos conflitos comerciais.
Já a China é país em desenvolvimento e não pode ceder a Trump, que “exige comércio exatamente nas mesmas condições”, o que seria como “fazer um peso-pesado lutar contra um peso-médio”. Em suma, “não importa quanta pressão Washington faça, Pequim não vai ceder”.
CHINA ENFRAQUECIDA
Longa reportagem do SCMP, com a ilustração acima, destaca "como Pequim foi pega no contrapé, pensando que Trump blefava: o controle cerrado do PC pode estar enfraquecendo a compreensão da política americana", ao "desencorajar especialistas chineses de falar o que pensam".
PAX SINICA, NÃO
No britânico Financial Times, o colunista Edward Luce escreve que a “China deve realmente começar a se preocupar com Trump”, depois do acordo europeu.
E a capa da britânica Economist, intitulada “Planeta China”, questiona o projeto chinês de uma nova “rota da seda” e cobra a presença dos EUA na Ásia, para se contrapor à “Pax Sinica”.
DE VOLTA AOS BRICS
Afastada dos EUA e agora também da Europa, a China se volta para os emergentes. No enunciado do SCMP, “Xi Jinping corteja apoio dos Brics enquanto ataca tarifas de Trump”. No Huanqiu/Global Times, “Xi estimula Brics a construírem economia aberta para benefício mútuo”.
O presidente chinês até posou sorridente com o brasileiro Michel Temer para a agência estatal Xinhua, “defendendo maior solidariedade e coordenação”.
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