Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Eleições 2018

Cobertura encontra 'monstro da xenofobia' em Pacaraima

'Essa situação é ruim para nós, mas é pior para os venezuelanos', diz brasileiro roubado

No WSJ, com foto de André Liohn, o casal atacado em Roraima

Os espanhóis El País e El Mundo enviaram um jornalista cada para Pacaraima, onde aconteceu a expulsão de refugiados venezuelanos. O primeiro ouve do vigário e leva ao título que “o monstro da xenofobia” tomou a cidade nos últimos dois anos.

O Wall Street Journal enviou logo três, inclusive fotógrafo, que produziram longa reportagem relatando como “a simpatia deu lugar ao ressentimento”.

Ouve o casal roubado por “homens que se acredita serem venezuelanos”, episódio que serviu de estopim para a violência. Um deles teria ameaçado, segundo a mulher “ainda aterrorizada”, Maria: “Vamos matá-los, malditos brasileiros”.

O medo foi “politizado”, com Jair Bolsonaro prometendo ser “duro com os refugiados”, anota o WSJ. Uma das mulheres ouvidas na cidade, Nayara, diz que o capitão reformado “vai chutar todos esses venezuelanos para fora”.

Um problema urgente, segundo o jornal, é que o governo federal transfere poucos para outros estados, “só 820 até agora”. Raimundo, o marido do casal roubado, é um dos que responsabilizam a “negligência” governamental:

“Essa situação toda é ruim para nós. Mas é ainda pior para os venezuelanos.”

ÓDIO VIRALIZOU

A alemã Deutsche Welle produziu a longa reportagem “Como o ódio viralizou no Brasil”. Destaca que “intolerância e desinformação parecem ter se naturalizado na internet brasileira” e “o que antes seria denunciado hoje é curtido e compartilhado”. Segundo estudo recém-concluído de Luiz Valério Trindade, pesquisador pela Universidade de Southampton, 81% das vítimas de ódio virtual no país são mulheres negras entre 20 e 35 anos. No subtítulo da DW, “O pelourinho moderno”.

A CRISE DA DEMOCRACIA

A nova Foreign Affairs (acima), voltada à "Guerra Mundial da Internet", traz como destaque o ensaio "O novo tribalismo e a crise da democracia", do cientista político Francis Fukuyama, do célebre ensaio, depois livro, sobre "o fim da história".

O LADO ESCURO

Com resenhas elogiosas em jornais como New York Times e entrevistas para National Geographic e outros, o livro de não-ficção “The Third Bank of the River” (acima), de Chris Feliciano Arnold, “revela o lado escuro da Amazônia”, no enunciado da revista. Pelo Twitter, o próprio Arnold resumiu:

“Se você se preocupa com o encarceramento em massa, a violência policial, a opressão sistemática e o extermínio de jovens não-brancos, deve se preocupar com o que está acontecendo na floresta amazônica.”

INSANIDADE

Com cobertura intermitente da eleição, o serviço noticioso Bloomberg destacou no fim de semana que a decisão sobre Lula deve acontecer no início de setembro. E que a partir de sexta (31) o PT usará o horário eleitoral para vinculá-lo a Fernando Haddad, como já começou online, com vídeo que proclama: “We are all Lula”.

A mesma Bloomberg ouve analistas ou “gurus políticos” de financeiras como Rabobank e XP, que “estão quentes”, muito demandados, devido à “política insana do Brasil”.

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