Até terça, Lula se mantinha em destaque no exterior pela lembrança de referências de esquerda como Noam Chomsky ou Jean-Luc Mélenchon.
“Ele é o mais importante prisioneiro político do mundo”, disse Chomsky em entrevista ao americano Democracy Now. Em entrevista que virou a manchete desta quarta (24) do francês Libération, Mélenchon denunciou a “perseguição política” dos promotores franceses, no “modelo que pessoas como eu vêm enfrentando em todos os países. É o caso contra Lula”.
No meio da tarde o noticiário regular começou a se voltar para o brasileiro, sobretudo na Argentina, com o Ámbito Financiero falando em “Brasil paralisado: Corte Suprema revisa condenação de Lula”.
Clarín, La Nación e Página/12 (reproduzido acima) levaram o caso depois às manchetes, com fotos e enunciados como “Lula pode sair em setembro” ou “Lula mais perto da liberdade”. Também os mexicanos Reforma, Excelsior e Jornada. E os chilenos La Tercera e El Mercurio, este em seu portal Emol.
Também os franceses Le Monde e Le Figaro. E os americanos New York Times, Washington Post e Miami Herald, mas sem chamada e os três com o mesmo despacho da Associated Press, intitulado “Corte reduz sentença do ex-presidente da Silva”.
BANDOS DE POLICIAIS
Na Bloomberg Businessweek (acima), longa reportagem relata como “milícias em bairros empobrecidos afetam dois milhões de pessoas no Rio e em 14 outras cidades”. Descreve-as como “bandos de policiais desonestos” e se concentra em Itaboraí, onde “a milícia extorque a economia de joelhos”.
A revista destaca a defesa das milícias por Jair Bolsonaro e como “Sergio Moro está pressionando por legislação que reduziria ou eliminaria punição para policiais que matam por ‘medo justificado, surpresa ou emoção’”.
A ERA DO DITADOR ELEITO
Martin Wolf, o venerando colunista do Financial Times, publicou o texto “A idade do déspota eleito chegou”, listando de Vladimir Putin a Donald Trump, passando pelo indiano Narendra Modi e pelo israelense Benjamin Netanyahu, pelo filipino Rodrigo Duterte e por Bolsonaro.
“Esses líderes diferem em graus de sofisticação”, escreveu ele, mas são todos personagens daquilo que estudo recém-divulgado apontou como “o 13º ano consecutivo de declínio na saúde global da democracia”.
‘MARKETS CHEER’
Por outro lado, em despacho da agência Reuters, “Mercados brasileiros dão vivas depois que o caminho foi liberado para a votação numa comissão do Congresso sobre a reforma da Previdência, um sinal de que o governo está finalmente conseguindo apoio político para o elemento mais importante de sua agenda”.
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