Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Protestos racham tabloides de Pequim e Hong Kong

Se virar campo de batalha EUA-China, será 'catástrofe', diz Huanqiu; 'lutamos pelos valores compartilhados com EUA, contra a China', diz Pingguo Ribao

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Hu Xijin, editor-chefe do Huanqiu ou Global Times, perfilado no New York Times - Reprodução

Há um mês, o New York Times publicou extenso perfil de Hu Xijin, editor-chefe do Huanqiu ou Global Times, tabloide ligado ao PC chinês. No título, “Em 1989, um manifestante em Tiananmen. Agora, um megafone para o partido”.

Hu, que comanda uma redação de 700 jornalistas em Pequim, se destaca na China cada vez mais nacionalista por “seu faro para a guerra verbal contra os EUA e o governo Trump”, segundo o NYT.

No fim de semana, ele deu entrevista ao South China Morning Post, de Hong Kong, onde estava para cobrir os protestos. Falou do risco de “catástrofe” se a cidade virar campo de batalha entre China e EUA. E criticou Jimmy Lai, dono do tabloide local Pingguo Ribao ou Apple Daily.

Lai é tratado no Huanqiu como integrante da “Gangue dos 4” que lidera os atos “secessionistas” na cidade. Há dois meses, na escalada dos protestos, ele foi a Washington se reunir com o vice-presidente Mike Pence, o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o assessor de Segurança Nacional, John Bolton.

Nesta semana, a CNN perfilou Lai sob o enunciado “Por que o encrenqueiro pró-democracia Jimmy Lai é o único multimilionário de Hong Kong que enfrenta a China”, com seu tabloide “estridente”.

“A nova Guerra Fria é, na verdade, uma rivalidade de valores concorrentes”, falou ele ao canal americano. “Nós estamos lutando pelos valores compartilhados com os EUA, contra a China.”

Outros links citados
http://www.huanqiu.com/?agt=15422
http://www.globaltimes.cn/content/1161929.shtml

Jimmy Lai Chee-ying, dono do Pingguo Ribao ou Apple Daily, ao lado do vice dos EUA, Mike Pence, na CNN - Reprodução

ARAMCO FOGE

Na manchete de sexta do Wall Street Journal, “Aramco planeja IPO fugindo de Londres e Hong Kong”. As duas bolsas eram favoritas ao lançamento de ações dado como “maior do mundo”. A estatal saudita de petróleo agora quer vender os 5% de seu capital em dois leilões, um na bolsa local, outro em Tóquio.

“Incerteza política reduziu apelo de Londres e Hong Kong”, explica o WSJ, referindo-se ao Brexit e aos protestos, respectivamente.

BRASIL NÃO REAGE

No Barron’s, semanário de investimentos do WSJ, “Amazônia não é a única cena de devastação no Brasil”. Outra é o fundo MSCI da Bovespa, que “caiu 15% desde 10 de julho, o dobro dos emergentes”. A data traz “perplexidade, pois foi o dia em que a Câmara passou a reforma da Previdência, que era vendida como a virada”.

Avisa que as empresas do país estão sobrevalorizadas. E que “a oitava economia do mundo se nega a reagir”.

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