Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

Ao fundo, guerra EUA-China é financeira, dólar contra renminbi

BC chinês testa 'moeda digital soberana'; ex-secretário americano quer 'liderança no exterior' para manter primazia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O financeiro chinês Caixin publicou há duas semanas uma entrevista com o presidente do banco central do país, Yi Gang, que “destacou o papel desempenhado pelas empresas de tecnologia” para a “recuperação melhor que a esperada” do país.

Em especial, citou Alibaba, Tencent e seus “serviços eficientes de pagamento móvel”, que garantiram “suprimentos e necessidades vitais”. Abordou então o esforço do BC chinês por uma “moeda digital soberana”, cujos testes começaram há um mês.

Yi falou em avanços “cautelosos” e enfatizou que a China mantém a prioridade para “reformas e abertura”, inclusive serviços financeiros e “rating” —e dias atrás, de fato, a Fitch foi aprovada no país, como noticiou o Caixin.

A moeda digital espalhou esperanças de Xangai à América Latina, de substituição do dólar no comércio internacional, em despachos da Reuters à russa Sputnik.

Na terça (19), o ex-secretário do Tesouro Henry Paulson respondeu com “O futuro do dólar”, na Foreign Affairs. Segundo ele, “os êxitos tão elogiados da China em fintech —a rápida implantação de pagamento móvel e o projeto piloto do renminbi digital— não vão alterar a primazia do dólar”. Para tanto, precisaria de mais reformas e abertura.

E o “poder financeiro dos EUA depende de Washington, não de Pequim”, diz Paulson. Mais especificamente, precisaria das “políticas macroeconômicas e fiscais sólidas” e da “liderança econômica, política e de segurança no exterior”.

CHINA TAMBÉM IMPÕE TARIFA

Xinhua, Global Times e outros responderam às tentativas de descrever a resolução da Organização Mundial da Saúde, de cuja formulação Pequim “participou ativamente”, como sendo aquela proposta pela Austrália —e voltada a investigar a própria China. Sydney Morning Herald e outros confirmaram que não foi endossada a chamada “investigação independente” australiana.

Mas a proposta marcou e, pouco depois, Pequim determinou “mais de 80% de tarifa sobre a cevada australiana”, como noticiou o Caixin.

COISAS PODRES NO BRASIL

Com foto na capa e charge, o francês Le Monde se voltou contra Jair Bolsonaro, culminando com editorial que apontou “alguma coisa de podre no Brasil” que descreve a Covid-19 como “gripezinha”. Ou, citando Ernesto Araújo, como “um complô comunista”.

‘ENFERMEIRAS ESTÃO MORRENDO’

Longa reportagem no Wall Street Journal, com fotos de Tommaso Protti, acompanha enfermeiros no combate à Covid-19 em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Manaus. E publica que 116 já morreram da doença, "taxa maior do que em qualquer lugar".

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.