O jornalista Jake Sherman, que escreve a influente newsletter Playbook, do site Politico, tuitou linkando a reportagem do New York Post sobre o filho de Joe Biden. Foi bloqueado e só voltou após apagar. Intimidado, disse que devia ter “lido com mais atenção” etc.
A censura no Twitter foi generalizada e sem maior explicação, a ponto de seu CEO e fundador, Jack Dorsey, passar uma bronca pública na equipe, com um tuíte. Só então a plataforma justificou que proíbe “distribuir conteúdo obtido sem autorização”.
“Hilário”, reagiu Jonathan Swan, jornalista do Axios. Se fosse assim, Papéis do Pentágono, Snowden e Vaza Jato “seriam banidos”, tuitou Glenn Greennwald, que depois publicou artigo sobre a censura no Intercept.
O New York Times noticiou sem destaque que o Twitter, assim como o Facebook, considerou a reportagem “dúbia”. Coluna posterior defendeu a ação da plataforma e seu suposto propósito de não repetir erros de 2016.
Coube à revista Reason defender a repórter Maggie Haberman, do próprio NYT, que também havia linkado —criticamente— o NY Post e estava sob fogo de outros jornalistas.
PS 8h - O Twitter informou que, alertado das "muitas consequências indesejadas para jornalistas, whistleblowers e outros", mudou suas regras e não vai mais "bloquear links" ou conteúdo.
MURDOCH & BIDEN
Curiosamente, o dono do NY Post, Rupert Murdoch, tem dito a pessoas próximas, segundo o Daily Beast, citando três delas, que Biden terá uma "vitória esmagadora" e criticando Trump pelo desempenho na pandemia.
CICLO CURTO
Fim da tarde e o NY Post, na verdade, já tinha sido esquecido. Foi trocado pela revolta com a NBC, por programar uma entrevista com cidadãos, “town hall”, de Trump no mesmo horário de outra, com Biden, na ABC.
APPLE QUER CHINA
O Wall Street Journal destacou por que a Apple lançou smartphones 5G, sem mercado no Ocidente. É para “impulsioná-los” na China, que “se recupera mais rápido que o resto do mundo”, aliás, é “o único mercado que está realmente reagindo”.
Para tanto, manchetou o Caixin, o iPhone passou a oferecer o sistema de navegação BeiDou, concorrente do GPS.
XI & DENG
O presidente Xi Jinping foi a Shenzhen, cidade que simboliza a abertura e o avanço chinês em tecnologia, anunciou que vai abrir ainda mais a economia e, para ficar claro, se curvou diante da estátua de Deng Xiaoping —como mostrou a CCTV (acima, Xi ao centro) e foi manchete nos jornais.
Deng é o "arquiteto" da China moderna, e o administrador que ele designou para supervisionar a transformação de Shenzhen era Xi Zhongxun, pai de Xi.
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