Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Sem Ocidente, China fecha 'maior acordo de livre comércio do mundo'

Bloco abrange um terço da humanidade e é, segundo jornais chineses, vitória histórica para o multilateralismo

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Na foto distribuída pela agência vietnamita de notícias sobre o novo bloco comercial, ao centro, o anfitrião Vietnã, China, Japão e Coreia do Sul

No título da agência de notícias do Vietnã, que presidiu a cúpula virtual, “Maior pacto comercial do mundo é assinado pelos países da Asean e cinco parceiros”. Mais do que a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), o protagonista é um dos parceiros, a China.

Na manchete do South China Morning Post, “China obtém vitória com 15 nações assinando maior acordo de livre comércio do mundo”. No Global Times, ligado ao PC, “China e 14 economias assinam RCEP [acrônimo do bloco] em vitória histórica para o multilateralismo”.

No financeiro Caixin, de Pequim, “China assina maior acordo de livre comércio do mundo”, destacando que abrange um terço da população e do PIB mundiais. Anota que ele mantém “abertura para a Índia”, que desistiu há um ano por temer o impacto das exportações chinesas.

Foi manchete também no Nikkei, de Tóquio, destacando que o acordo visa acelerar a recuperação pós-pandemia do Japão, terceira economia do mundo, e “remove tarifas sobre 86% das exportações japonesas à China”, e no Financial Times, jornal britânico controlado pelo Nikkei.

“Analistas afirmam que o acordo deve diminuir ainda mais a influência americana na região”, publicou o FT. “Nem União Europeia nem Estados Unidos, as superpotências comerciais tradicionais do mundo, terão qualquer voz quando a Ásia definir suas regras comerciais.”

UM TERÇO DA HUMANIDADE

O Wall Street Journal não deu manchete, mas destacou na home page que o novo “bloco regional amplia influência de Pequim” em área que abrange “um terço da humanidade”.

O New York Times optou pela chamada “Assinado pacto comercial liderado pela China, em desafio aos EUA”.

EUROPA FORA

Na home do financeiro alemão Handelsblatt, “Ásia faz acordo para maior área de livre comércio do mundo - China expande maciçamente sua influência”. Logo abaixo, a análise “Europa não pode se tornar ‘outsider’ na Ásia” avalia que "a assinatura do maior pacto comercial do mundo na Ásia precisa ser chamada de despertar para o Ocidente".

No francês Les Échos, “Pequim assina maior acordo comercial do planeta com 14 países asiáticos”.

NOVA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

O Global Times, o mais nacionalista dos jornais chineses, destacou os artigos “Acordo vai acabar com hegemonia dos EUA no Pacífico Ocidental” e “Define nova era da globalização enquanto EUA lidam com seus dilemas unilaterais”.

Também “Índia perde o ônibus do crescimento de longo prazo”.

POR QUÊ

A manchete do Times of India buscou explicar “Por que a Índia optou por não participar do maior acordo comercial do mundo assinado hoje”. Em suma, "alguns na indústria indiana temiam que a redução das obrigações alfandegárias resultasse numa enxurrada de importações, especialmente da China".

No também indiano Economic Times, enquanto isso, “Surge o maior bloco comercial do mundo”.

LI E O LIVRE COMÉRCIO

Tanto os chineses como WSJ, FT e Handelsblatt destacaram o papel do primeiro-ministro Li Keqiang, que seria próximo do ex-presidente Hu Jintao e de ala diversa do atual, Xi Jinping. Li saudou o acordo como “uma vitória para o livre comércio”.

AGORA, ÁFRICA

No Global Times, “China e países africanos devem construir comunidade forte para futuro compartilhado, diz chanceler chinês”.

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