Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá

Teste de míssil chinês ainda é dúvida, mas preparação para guerra, não

Financial Times noticia, New York Times questiona, mas episódio revela estratégia para eventual conflito sobre Taiwan

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O New York Times não comprou a notícia do Financial Times, sobre armamento "hipersônico" da China. Sob o título "Ceticismo com reportagem sobre mísseis chineses", afirma que ela "parecia alarmante", mas "muitos especialistas expressam dúvidas".

Cita um "alto funcionário" que expõe o "ceticismo" no governo americano quanto à "confiabilidade da descrição do jornal" para o teste. O governo chinês já havia questionado, inclusive quanto ao mês do teste, que seria julho, não agosto.

O FT publicou então que foram dois testes —e admitiu que aquele descrito em sua reportagem original, na verdade, foi em julho. Mas reforçou o alarme, com a ilustração acima, dizendo que o armamento pareceu, às duas fontes americanas, "desafiar leis da física".

Hu Xijing, editor do Global Times, de Pequim, voltou então à carga em mídia social, sem negar a notícia. "Os EUA podem ser descritos como país mais neurótico do mundo", disse no Weibo. "Há muito tentam criar um sistema em que possam destruir outras potências, mas elas não possam derrotá-lo, estabelecendo moeda de troca esmagadora para dominar unilateralmente a ordem global. Uma ideia louca."

No Twitter, avisou que Pequim vai buscar equilíbrio, sim, para Washington não poder "usar forças nucleares para preencher a lacuna, já que suas forças convencionais não podem esmagar a China".

Nos EUA, acadêmicos de instituições como Brookings e MIT alertaram, via mídia social, que realmente "o equilíbrio convencional está mudando, contra os EUA".

E sobretudo que "a China busca fortalecer seu lado no equilíbrio estratégico", nuclear, "para potencialmente abrir maiores opções ofensivas no nível convencional, numa guerra que ela comece ou que vá até ela". Em Taiwan.

CHINA VS. ALEMANHA

Pequim está freando o projeto alemão de produzir a vacina da BioNTech, vendida no Brasil pela americana Pfizer, junto com a chinesa Fosun, em Xangai.

"As negociações já estavam em andamento e todos estavam confiantes", chamou o Frankfurter Allgemeine Zeitung na home. "A BioNTech pretendia vender um bilhão de doses por ano no maior mercado do mundo. Mas não vai sair nada."

Em suas reuniões digitais com Xi Jinping, era uma prioridade de Angela Merkel, que agora está deixando o poder.

LULA E O PESADELO

No editorial "O tempo dá razão a Lula" (acima), o espanhol El País publica que "o tempo está provando que Lula estava certo em dois aspectos: ele sempre proclamou sua inocência e sua confiança na Justiça. E sempre se considerou vítima de perseguição".

Agora, precisa "construir uma coalizão que reúna força suficiente para tornar a Presidência de Jair Bolsonaro um pesadelo passageiro".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.