Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Putin e Biden entram em 'guerra de informação' sobre sabotagem

'Os anglo-saxões organizaram' ataque ao Nord Stream, diz russo; 'não ouçam o que Putin está dizendo', diz americano

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A semana viu a derrubada de mais um aplicativo noticioso russo por plataforma americana, com a Apple removendo a rede social VK e seu recém-adquirido agregador de informações, Zen. Fica um pouco mais difícil acompanhar a mídia russa, fora dos filtros ocidentais.

Uma notícia de sexta (30) que fez manchete na Rússia, inclusive no Zen, com Kommersant (abaixo), e na também banida RT, foi que Vladimir "Putin afirma que anglo-saxões organizaram sabotagem dos gasodutos Nord Stream".

Um jornal ocidental que noticiou foi o Süddeutsche Zeitung, explicando que "o termo ‘anglo-saxões’ em russo pode significar os americanos, os britânicos ou ambos juntos".

Seja quem for o alvo de Putin, a resposta veio de Joe Biden, que nos EUA só a Bloomberg destacou, até onde foi possível observar. O presidente americano falou que "os russos estão espalhando desinformação" e pediu: "Não ouçam o que Putin está dizendo".

Ao mesmo tempo, porém, sua secretária de Energia falava à britânica BBC que "parece" que a Rússia é a culpada. Foi no rastro de CNN, New York Times e Politico, entre outros, que há dias dão a entender que a "Rússia é suspeita da sabotagem", com enunciados como "Foi a Rússia?" ou "Tudo aponta para a Rússia".

Algo semelhante já havia ocorrido na cobertura da usina nuclear de Zaporíjia, ocupada por forças russas mas bombardeada "aparentemente por forças russas", na formulação usada pelo NYT.

Por outro lado, na Fox News sobra questionamento, por exemplo, de Glenn Greenwald, falando a Laura Ingraham: "Por que a Rússia explodiria seu próprio gasoduto, que dá enorme poder de pressão?".

Também do âncora Tucker Carlson, com argumento parecido e indo além, dando a entender que pode ter sido Biden, de fato. Lembra ameaça feita por ele em fevereiro e o agradecimento de um ex-ministro de Defesa da Polônia aos EUA, agora, pela sabotagem.

CHINA QUER DISTÂNCIA

Recolhida se preparando para o congresso do PC, a cobertura chinesa para o caso é distante e cautelosa, com o Global Times noticiando que "Vazamentos do Nord Stream alimentam guerra de informação Ocidente-Rússia e intensificam confronto", sem arriscar posição.

MERKEL, AO RESGATE

Mal explodiram os gasodutos e, no NYT, "Pentágono planeja criar novo comando", na Alemanha, assustando FAZ e outros alemães.

Já a ex-primeira ministra Angela Merkel, que conteve o conflito por anos, ressurgiu pelo berlinense Tagesspiegel (acima), Süddeutsche e outros com o conselho de "levar Putin a sério".

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