Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

À TV chinesa, Lula diz querer 'parceria estratégica que dure décadas'

Presidente falou ao canal de notícias CCTV 13/CGTN e à agência Xinhua, em meio a extensa cobertura da visita no país

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Além do noticiário constante na rede CCTV (acima, cenas selecionadas para o YouTube), dos encontros com Xi Jinping e outros, Lula deu pelo menos duas entrevistas na China.

O canal de notícias em chinês CCTV 13 veiculou uma na noite de sexta e sua versão em inglês, CGTN, apresentou-a no sábado. Também compartilhou bastidores do âncora Wang Guan chegando ao hotel para o programa Leaders Talk e trocando presentes com Lula.

Fala do presidente brasileiro destacada no site da CGTN: "Primeiro, eu gostaria de estabelecer com a China uma parceria estratégica que pudesse durar muitas e muitas décadas. Segundo, precisa avançar na relação com a China não apenas na questão econômica e comercial".

O portal Guancha, de Xangai, separou trecho em que o brasileiro diz: "Eu estou na China com muito otimismo, com muita vontade de que a gente possa avançar. Eu tive uma extraordinária relação com a China nos meus dois primeiros mandatos e espero ter uma extraordinária relação com a China nesse meu terceiro".

Na conversa, Lula comentou críticas ao uso de outras moedas para o comércio, além do dólar:

"É normal que tenha tido essa controvérsia, porque é uma coisa nova. Por exemplo, os nossos amigos americanos têm uma preocupação contra qualquer coisa nova que se crie, em se tratando de banco ou de moeda, porque eles acham que queremos acabar com o dólar como referência para o comércio. Foi assim quando se criou o euro, os EUA ficaram muito ofendidos. Isso é uma novidade, é uma coisa a ser estudada, a ser pensada. O Brasil e a China são duas potências. Se a gente colocar mais a Índia, a Rússia, a África do Sul, agora entrou [no Banco do Brics] Bangladesh, os Emirados Árabes, a gente vai ter metade da população mundial participando."

Abaixo, a entrevista reproduzida pelo canal do portal UOL no YouTube:

A agência de notícias Xinhua, também estatal, despachou "entrevista exclusiva" intitulada "Lula diz que China é um exemplo impressionante de desenvolvimento". O trecho que foi para o título:

"[A China foi o país] que mais tirou pessoas da pobreza na história. Foram centenas de milhões nos últimos 40 anos. É algo extraordinário e que serve de inspiração para todos os países em desenvolvimento. A China é um exemplo impressionante de desenvolvimento que aconteceu beneficiando diversos parceiros comerciais no mundo, inclusive o Brasil, nesse processo."

Outra passagem, da conversa que parece ter sido por escrito, em que Lula diz que, no seu caminho próprio para o desenvolvimento, o Brasil quer "crescer com respeito aos direitos humanos":

"Creio que o sucesso do 'caminho chinês para a modernização' mostra que não há uma receita única para o desenvolvimento e que boas soluções podem estar em toda parte, e cada país deve trilhar seu próprio caminho, conforme seus desafios históricos e suas potencialidades. O Brasil está engajado em criar o 'caminho brasileiro para a modernização', que consiga conjugar crescimento, redução da pobreza e das desigualdades sociais, sustentabilidade dos nossos recursos naturais extraordinários e eliminação do racismo e da discriminação. Queremos crescer com justiça social, sustentabilidade ambiental e respeito à democracia e aos direitos humanos."

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