Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

'Ambicioso e ingênuo', Lula está de volta à 'big league', diz Economist

Em duas análises carregadas de adjetivos, revista inglesa avalia papel do presidente brasileiro na política internacional

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Com os enunciados "De volta à grande liga", "Política externa brasileira é hiperativa, ambiciosa e ingênua" e "Lula vai a Pequim com grandes planos de um 'clube da paz'", a inglesa The Economist afirma que "suas ambições devem ser levadas a sério".

Lembra que ele, antes, "traçou uma diplomacia pragmática e independente, empenhada em perseguir os interesses brasileiros e criar um mundo 'multipolar' num momento de hegemonia americana", que levou ao Brics.

Mas agora "o mundo mudou", uma "guerra estourou na Europa" e, "ao se esforçar demais para desempenhar o papel de pacificador global, Lula corre o risco de parecer ingênuo em vez de estadista". A revista diz que o Brasil saiu de cena nos governos Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro, este tornando o país "pária internacional".

Mas aconselha Lula a "gastar sua energia em áreas onde o Brasil tem influência, como meio ambiente, ao invés de grandes temas políticos em que tem pouca ou nenhuma".

Print de site da Economist
Reprodução

Em texto com destaque maior, manchete com a ilustração acima, a Economist "analisa os países astutos que não querem escolher lado" e mostram "como sobreviver a uma divisão de superpotências". Descreve os novos não-alinhados como "potências médias pragmáticas e oportunistas", que "pensam que os líderes ocidentais são hipócritas", entre outras visões "amplamente alinhadas com a opinião pública" de seus países. "O Ocidente pensa estar assistindo a uma continuação da Guerra Fria; o resto do mundo vê um filme novo."

Trechos editados da análise:

"O Brasil é um bom estudo de caso. Opõe-se ao que Mauro Vieira, chanceler, chama de 'alinhamentos automáticos'. Lula vê Joe Biden como um aliado nas mudanças climáticas; em seu encontro em Washington, eles restabeleceram instituições ambientais conjuntas abandonadas pelo antecessor. No entanto, as relações do Brasil com o Ocidente têm limite. Como outros, recusou propostas dos EUA e Alemanha para dar equipamentos à Ucrânia. A chegada de Lula a Pequim vai ressaltar a importância econômica da China. Além de se proteger entre as superpotências, o Brasil está fazendo suas próprias incursões. Lula visitará em breve a África para reavivar a influência do Brasil."

A Índia age "exatamente como o Brasil", diz a revista, listando ainda Turquia, México, Nigéria, Arábia Saudita, até Israel, entre outros.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.