Nicolás José Isola

Filósofo, mestre em Educação, doutor em Ciências Sociais, coach executivo e consultor em storytelling.

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Nicolás José Isola

A diversidade nas nossas histórias

O temor de dizer algo fora da caixa termina produzindo tédio ou desinteresse

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A maneira como narramos a vida é importante. O modo como contamos o que fazemos e mudamos a percepção que os demais têm de nós faz a diferença.

Muitas pessoas têm medo de falar. Mesmo pessoas importantes ficam com medo de falar em algumas situações.

Esconder esse medo não leva a um bom destino. Falamos muito da diversidade, porém continuamos com medo de compartilhar muitas coisas.

É crucial fazer um processo interno e então buscar o modo de poder comunicar a diversidade que você tem. Porque se trata disso: de se animar a ser distinto, de trazer novas diagonais, tentar falar daquilo não falado.

Executivo de terno e gravata em pé falando para outros executivos sentados
Mohamed Hassan por Pixabay

Expor-se, mesmo sabendo que a crítica é uma resposta potencial. Porque expor-se é sempre um risco.

Será que cremos de verdade que a diversidade é um valor? Ou é uma espécie de moda coletiva que não olha todas as implicações do tema? Porque se cremos de verdade, então deveríamos nos esconder menos em frases trilhadas, em lugares comuns ou nas múltiplas formas de evitar dar respostas.

Há muita pose. A diversidade de sentido amplo não é algo feito para empapelar as paredes dos escritórios, mas para viver desde a própria forma de comunicar, desde a própria mensagem que queremos transmitir. Desde o que, por dentro, somos.

Precisamos animar-nos a ouvir-nos e ser verdadeiramente diversos. Se conseguirmos, seremos menos chatos com as nossas audiências e geraremos muito mais impacto em nossas comunicações.

Se trata de ser genuíno, de dar uma boa entrega daquilo que nos apaixona, de comunicar nossos aprendizados sem camuflar nossas dificuldades. De compartilhar o que brota dentro de nós.

Um exemplo de tudo isso é aquela diversidade ligada com nossas formas de contar a nós mesmos e a nossas organizações. Existem muitas formas de diversidade que hoje não conseguem ter lugar nas organizações e na vida pessoal de muitos executivos.

Não me deixa de surpreender a quantidade de vezes que os executivos de alto escalão têm medo de sair mal em uma entrevista ou em um post, a quantidade de vezes que evitam expor-se por medo do que vão dizer.

Quando nossas histórias parecem todas sacadas do mesmo conhecimento, quando nos repetimos absurdamente, algo de nós se dilui, não nos deixa e não nos enamora.

Algumas agências de relações públicas aumentam essa narrativa fechada, envolvendo os talentos em um discurso antigo e pouco dinâmico. Algumas entrevistas que a gente lê na mídia parecem ter sido feitas com um sistema aleatório de palavras, baseado em um algoritmo horrível. As respostas são óbvias. O temor de dizer algo fora da caixa termina produzindo tédio ou desinteresse.

A capacidade de narrar tornou-se cada vez mais e mais relevante. Há respostas trilhadas, explicações previsíveis, giros que não surpreendem a ninguém. Se veem os fios.

Precisamos aceitar nossa diversidade na hora de contar histórias. A riqueza de cada um de nós é visível de diferentes maneiras e isso é o mais maravilhoso. Também podemos ser diferentes nas histórias.

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