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Marcelo Duarte é escritor, jornalista e, acima de tudo, curioso

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Júlio Verne 'previu' aulas online, submarino e podcast

Saiba por que escritor Júlio Verne era um visionário, além de um autor fantástico

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O escritor francês Júlio Verne, que viveu entre 1828 e 1905, era um visionário. O que significa isso? Que tinha o dom de enxergar o futuro. Sua imaginação fantástica produziu invenções tão memoráveis quanto seus protagonistas.

Quer conhecer algumas delas?

Submarino da frota britânica - Instagram @Royal Navy


Submarinos elétricos

Antes que esse tipo de embarcação se tornasse popular na exploração marítima, Verne apresentou ao mundo, em "Vinte Mil Léguas Submarinas" (1870), o submarino Nautilus, comandado pelo neurótico Capitão Nemo. O escritor foi capaz de imaginar uma estrutura longa e cilíndrica alimentada por energia elétrica, capaz de submergir a profundidades inacreditáveis.

Na vida real, os submarinos só começaram a ser usados em larga escala 50 anos mais tarde, na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Helicóptero

Júlio Verne imaginou e desenhou várias aeronaves nas histórias que publicou ao longo da vida. Mas foi bastante específico em uma descrição presente em "Robur, o Conquistador" (1886). Na história, o personagem constrói uma máquina controlada por rotores de alta velocidade que a impulsionam para o céu —um verdadeiro protótipo de helicóptero.

A aeronave saiu do papel na primeira metade do século 20, e conquistou os ares da Europa na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Holograma

Se você pensa que foi George Lucas em "Guerra nas Estrelas" quem estreou o holograma na cultura pop, se enganou: Júlio Verne pensou essa ideia muito antes de a princesa Leia usá-la para pedir ajuda a Obi-Wan. No livro "O Castelo dos Cárpatos" (1892), o escritor conta a história da prima-dona La Stilla, representada por uma imagem projetada.

Na trama, os moradores de uma vila vivem com medo de um castelo misterioso, habitado por figuras e vozes estranhas. No fim das contas, eles descobrem que as imagens que os aterrorizavam eram apenas ilusões de ótica geradas por jogos de luz —ou hologramas.

A tecnologia foi concebida na vida real em 1948 e posta em prática pela primeira vez apenas nos anos 1960, depois da invenção do laser.

Noticiário de rádio

Com seus poderes proféticos, Júlio Verne previu a inevitável transformação do formato das notícias. Em "O Dia de Um Jornalista Americano no Ano 2889" (1889), o escritor apresentou uma alternativa aos jornais de papel: "Em vez de impresso, o 'Earth Chronicle' é narrado toda manhã a seus assinantes, que, ao ouvir as declarações de repórteres, políticos e cientistas, se informam sobre as novidades do dia".

A sacada de Verne descreve perfeitamente o formato atual mais popular de notícias, que não se tornou realidade até a primeira década do século 20, quando surgiram os primeiros jornais de rádio. Ou, se formos um pouco mais além, o "Earth Chronicle" tinha a cara de um podcast.


Reuniões virtuais

Também em "O Dia de Um Jornalista Americano no Ano 2889" (1889), Júlio Verne imaginou uma tecnologia muito similar à que hoje utilizamos para realizar encontros virtuais. Batizado de "fonotelefoto", o aparelho permitia que as pessoas se comunicassem à distância, com a transmissão de imagens por meio de espelhos sensitivos conectados por cabos.

Pense nisso da próxima vez que você estiver numa aula online.

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