Queremos o fim das guerras. Ponto. Por isso, vale a pena recordar um 11 de novembro como o deste próximo sábado, só que lá em 1918, que foi a data do fim da Primeira Guerra Mundial. Como isso afetou a nós, os brasileiros?
Embora o conflito tenha começado em 1914, o Brasil só entrou na guerra em 26 de outubro de 1917. A participação efetiva do Brasil durou, portanto, pouco menos de um ano. No começo, os países da América do Sul viam a guerra como um problema distante. O Brasil, por exemplo, ficou neutro.
Até que navios brasileiros foram afundados pelos alemães e o presidente Venceslau Brás teve que tomar uma atitude mais enérgica. Para começar, os 46 navios alemães que se encontravam nos portos brasileiros foram aprisionados.
Se a guerra era algo tão distante, como navios brasileiros foram afundados por submarinos alemães?
A economia brasileira estava muito ligada à Europa, que importava o café, e os principais parceiros eram justamente a Alemanha, líder de um dos blocos, e Inglaterra e França, líderes do outro.
Os navios brasileiros navegavam bastante pela parte europeia do Oceano Atlântico levando o café. Depois que a Inglaterra bloqueou o litoral alemão, a Alemanha revidou e começou a atacar não só os navios dos aliados, como também de países neutros. Inclusive brasileiros. Foi a partir do afundamento desses navios que o Brasil entrou na guerra a favor dos Aliados e contra a Alemanha.
Quantos brasileiros participaram do combate?
Os números não são exatos, mas dá para dizer que cerca de 2.000 brasileiros participaram da Primeira Guerra e que 550 morreram. O governo brasileiro enviou, em agosto de 1918, uma esquadra para patrulhar a costa africana e a região de Gibraltar. Antes mesmo de entrar em combate, o Brasil perdeu 156 tripulantes, mortos em Dacar, na África, por causa da gripe espanhola.
O que foi a "Batalha das Toninhas", que entrou para a história?
Os navios brasileiros foram combater os submarinos alemães. No entanto, eles não tinham "estrutura de detecção". Ou seja: não havia nenhum sonar a bordo. Sonar é um tipo de radar, um pouco diferente, que funciona debaixo d'água. Era um vigia que ficava observando para ver se via algum submarino.
Pois, certo dia, esse tal vigia identificou o que imaginou ser um submarino. Como a tecnologia era precária e o tempo para ação era pequeno, a ordem foi atacar e depois ver o que havia sido afundado. E assim foi feito.
Tratava-se, porém, de um cardume de toninhas, que são da mesma família dos golfinhos. A Marinha brasileira acabou ridicularizada injustamente por causa desse episódio, que era até comum na época. A Marinha Real Inglesa, possuindo toda a tecnologia, cometeu esse mesmo erro na Guerra das Malvinas, em 1982. Duas baleias foram confundidas com submarinos argentinos.
Um dia depois de ter chegado a Gibraltar, nossa esquadra foi notificada do armistício, que é um acordo em que as duas partes concordam em parar de lutar. A guerra havia terminado.
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