Em peça de defesa endereçada à comissão de ética do seu partido, o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania-SP), que apalpou a colega Isa Penna (PSOL-SP) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, menciona a eventual candidatura presidencial de Luciano Huck como possível motivo para que a sigla, segundo ele, lhe condene de forma sumária.
Como mostrou a Folha, Cury contesta a validade do processo aberto pelo Cidadania para investigá-lo e diz que nem sequer sabe exatamente do que está sendo acusado. A sigla já o afastou das funções partidárias.
"Nada justifica (nem mesmo a eventual candidatura pelo Cidadania de Luciano Huck à Presidência da República), o desrespeito da Constituição da República e das regras procedimentais do código de ética por parte do próprio partido e de seu presidente nacional, Roberto Freire, prejulgando e prejudicando as regras de competência [...], e portanto cerceando a defesa, no afã de se chancelar uma condenação sumária, com afronta à garantia constitucional do devido processo legal", diz a peça.
O documento, de 57 páginas, cita uma entrevista de Freire afirmando que Huck é o candidato dos sonhos.
A defesa de Cury é conduzida pelo advogado Roberto Delmanto Júnior. Para livrá-lo da acusação de machismo, o defensor pede que sejam ouvidas oito testemunhas, todas mulheres, no processo da comissão de ética do Cidadania.
As testemunhas são mulheres que conviveram com o deputado profissionalmente ou pessoalmente. Uma é sua assessora na Assembleia; outra é ex-assessora.
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