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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Deputados de esquerda e de direita vão acionar Conselho de Ética contra Arthur do Val

Parlamentares dizem que áudios de teor sexista atribuídos a Mamãe Falei podem ser vistos como quebra de decoro

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Lideranças de esquerda e de direita na Assembleia Legislativa de São Paulo vão representar no Conselho de Ética da Casa contra o deputado Arthur do Val (Podemos-SP), que supostamente é autor de um conjunto de áudios de teor sexista a respeito das mulheres da Ucrânia.

Arthur do Val, o Mamãe Falei, viajou ao leste europeu na companhia de Renan Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), com a justificativa de que ajudariam a população ucraniana.

Nos áudios, o pré-candidato ao Governo de São Paulo teria afirmado que as ucranianas são "fáceis" de pegar por serem pobres —e que a fila de refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas do que a "melhor balada do Brasil".

O deputado estadual de SP Arthur do Val (Podemos) posa ao lado de garrafas que supostamente serão usadas para a produção de coquetéis molotov na Ucrânia - @arthurmoledoval no Instagram

Paulo Fiorilo e José Américo, deputados do PT, vão representar contra Artur do Val por quebra de decoro parlamentar. Emídio de Souza, do mesmo partido, também.

"Se confirmadas as declarações do deputado é gravíssimo, e cabe uma punição pelo Conselho de Ética e do plenário da Assembleia", afirma Fiorilo.

O bolsonarista Gil Diniz (PL) tomará o mesmo caminho.

"Está claro que não viajaram para ajudar refugiado nenhum, foram fazer certos tipos de turismo no leste europeu. Não pediu licença do cargo para fazer turismo, saiu apenas hoje no Diário Oficial. É nojento, abjeto, revoltante ter que ouvir esses áudios do Arthur do Val se referindo a mulheres refugiadas ucranianas em um momento de guerra", afirma Diniz ao Painel.

Ele diz que do Val e Santos foram para a Ucrânia apenas para se promover e para fazer, aparentemente, turismo sexual.

O bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) disse que contatou os parlamentares para manifestar a intenção de apoiar as representações.

Isa Penna, Mônica Seixas e Carlos Giannazi, do PSOL, também falaram em pedir a cassação do mandato de do Val, caso a autoria dos áudios seja confirmada.

"Quebra grave de decoro, além de violência de gênero com as mulheres ucranianas", escreveu Mônica nas redes sociais. "O seu comportamento abjeto [de do Val] ataca a dignidade humana das mulheres e mancha a imagem do parlamento paulista. Exigirei punição exemplar", completou Giannazi.

Arthur do Val se encontra num voo rumo ao Brasil, segundo o MBL, que diz que não conseguiu contato com ele e por isso ainda não se manifestou.

A voz dos áudios é idêntica à do deputado, mas integrantes da organização afirmam não terem recebido as mensagens em seus grupos de WhatsApp.

"Assim, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram minas assim que você tipo... Mano, nem sei te dizer. Se ela cagar, você limpa o cu dela com a língua. Inacreditável. Inacreditável, cara. Assim que essa guerra passar, eu vou voltar pra cá", diz a gravação.

Um segundo áudio descreve como o deputado supostamente teria usado seus 730 mil seguidores no Instagram para se aproximar de mulheres ucranianas.

"Elas olham [para ele, Arthur] e vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres. E aqui, cara, minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história", diz.

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