Uma multinacional estrangeira chama a atenção entre as companhias que criticaram o Brasil nas conferências de resultado do primeiro trimestre: a mineradora americana Cleveland-Cliffs, que tem o brasileiro Lourenço Gonçalves como diretor-executivo.
Conhecido por adotar uma postura hostil e às vezes até agressiva com analistas, Gonçalves afirmou que o Brasil se tornou "um fornecedor não confiável de minério de ferro" após a tragédia de Brumadinho.
"Os processos muito caros e sérios, inclusive criminais, e a perda de centenas de vidas de brasileiros apenas segue confirmando que neste ano e no próximo o Brasil se tornou um fornecedor totalmente não confiável de minério de ferro. Não há solução a curto e médio prazo para essa escassez e, por isso, os preços de minério de ferro e de 'pellet' seguirão altos no futuro próximo."
Ele também criticou o esforço feito nos últimos anos por mineradoras do Brasil e da Austrália para reduzir custos. "É uma época conhecida como ‘campeonato brasileiro-australiano de estupidez.'"
O executivo ganhou alguma popularidade nos Estados Unidos após falar em uma conferência que um analista era "um desastre, uma vergonha para seus pais".
O diretor da mineradora criticou em outubro do ano passado a leitura incorreta de um dado do balanço da companhia por parte dos funcionários de bancos e casas de investimento.
"É inacreditável que esses grandes bancos ainda empreguem esse tipo de gente, vocês deveriam se demitir devido à sua falta de conhecimento", afirmou. "Vamos ferrar tanto esse cara [que aposta na queda da ação] que ele não vai apenas pedir demissão. Ele terá que cometer suicídio."
Em entrevista à rede CNBC após a conferência, Lourenço afirmou que sua acidez dá notoriedade à empresa. "Hoje vocês estão falando da Cleveland-Cliffs. Não de outras coisas [como Facebook, Tesla e Google]."
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