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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Empresários mostram ceticismo em relação a ato pró-Bolsonaro

Expectativa é que a reforma da Previdência será aprovada, mas não por causa dos protestos

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São Paulo

Os atos deste domingo (26) em defesa de Bolsonaro foram vistos com descrença por empresários e altos executivos. Embora tenham atraído público maior do que muitos previam, a avaliação é que a manifestação não terá relevância na pressão pela Previdência.

É forte no empresariado a expectativa de que a reforma será aprovada. Porém, mais por força do alinhamento entre Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e o ministro Paulo Guedes, do que por causa de qualquer protesto.

Persuasão Outros efeitos, como uma deterioração cada vez pior dos dados econômicos, devem ter mais poder de persuasão sobre a necessidade de reforma, avaliam lideranças no setor privado.

atrás Previsões mais céticas calculam que a Previdência passa no segundo semestre, trazendo um breve impulso animador, assim como ocorreu após a eleição de Bolsonaro, mas a economia não se recupera. Aí é esperar para ver como o governo se reinventa no início de 2020.

Pé atrás 2 O relativo sucesso da convocação das manifestações traz insegurança a alguns empresários. O temor é que tenha inflado a confiança de Bolsonaro, dando fôlego para que o núcleo duro do presidente, de familaires e olavistas, o atice a entrar em conflito aberto com militares, Legislativo ou equipe econômica.

Passadinha Paulo Skaf, presidente da Fiesp, foi neste domingo à Paulista, onde manifestantes se reuniram em defesa de Bolsonaro. Participou de um congresso, que acontecia na sede da entidade. Encerrado seu compromisso, foi embora sem descer na avenida para prestigiar o ato.

Unanimidade O movimento de empresários Brasil 200, que a princípio negou apoio ao evento e depois mudou de ideia, saiu satisfeito. Segundo a interpretação de Gabriel Kanner, presidente do grupo fundado por seu tio Flavio Rocha (Riachuelo), a principal pauta do protesto foi a defesa da reforma da Previdência.

Utopia “Era uma utopia imaginar que as pessoas iriam às ruas em defesa da reforma da Previdência, que foi uma pauta tão impopular nos últimos anos. Hoje, 100% das pessoas na Paulista estavam a favor da reforma”, disse Kanner.

Sobremesa João Doria e Henrique Meirelles, que estavam em Gramado para o encontro do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), partiram antes do ato pró-Bolsonaro. Depois de cumprir agenda, visitaram o comércio local e compraram chocolates na tradicional loja Lugano.

Falhou O leilão da sede da Força Sindical, na Liberdade, em São Paulo, não recebeu lance. Avaliado em R$ 12 milhões, o prédio continua na mão de sindicalistas, que pretendem se desfazer do patrimônio diante da crise. Sem imposto obrigatório, a receita da contribuição caiu 99%.

Lance Empresas de saúde e educação até olharam o ativo, diz a Frazão Leilões, mas sem dar lance.

Topo O recente esforço das empresas para ampliar a diversidade em cargos de liderança traz junto dificuldades. Nate Frank, diretor na recrutadora global ZRG Partners, questiona a legitimidade de algumas iniciativas.

Motivação “A questão é se estão preocupados porque acreditam que é a melhor forma de levar um negócio e a coisa certa a fazer ou porque o conselho diz que é importante ter mais diversidade”, diz.

Recrutamento Com braço no Brasil há três anos, a ZRG cresceu mais de 50%. A companhia contempla a questão de gênero na oferta de candidatos, dando a mesma representação de homens e mulheres em seu catálogo, segundo Denys Monteiro, presidente da empresa no país.


PROSA

"A pior coisa que você pode fazer pela iniciativa da diversidade é trazer pessoas a cargos em que não estão preparadas. Se falharem, cria-se uma impressão negativa do trabalho que as empresas fazem quanto a isso"

Nate Frank, líder global de Indústria na ZRG Partners

Com Paula Soprana

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