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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Demanda por remédio de maconha cresce 700% desde 2015, diz Anvisa

Empresas que atuam com terapias de autismo, epilepsia e Alzheimer calculam centenas de pedidos pendentes na Anvisa

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São Paulo

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro critica a lentidão nas operações da Anvisa, como fez nesta terça-feira (6) em evento da farmacêutica Cristália, cresce na agência a fila de pedidos de importação de remédios com canabidiol, que estão na mira de ataques de seu ministro da Cidadania, Osmar Terra. A demanda pela importação de tratamentos baseados em substâncias da planta de maconha saltou 700% desde 2015, segundo dados da agência.

Tempo Empresas que atuam na facilitação de importação de medicamentos a base de cannabis para terapias de pacientes com autismo, epilepsia, Alzheimer, dores crônicas e outros, calculam que centenas de pedidos estão pendentes na Anvisa.

Relógio Os pacientes ligados à Indeov, especializada em acesso à cannabis medicinal no Brasil, somam aproximadamente 250 autorizações paradas, de acordo com Camila Teixeira, presidente da empresa.  

Saúde Segundo Teixeira, o processo que já foi feito em cinco a dez dias, hoje pode levar mais de 50 dias. Norberto Fischer, diretor da Hempmeds e pai de Anny, a primeira criança brasileira autorizada a importar o canabidiol no Brasil em 2014, diz que ela ficou 60 dias à espera de uma renovação.

Espera A GreenCare, outra empresa que atua no segmento, também relatou reclamações de pacientes sobre a demora da Anvisa. “São centenas de famílias em situação grave de saúde aguardando atenção dos reguladores”, afirma em nota. 

Na fila Procurada, a Anvisa diz que a demanda cresceu consideravelmente, sem que houvesse alteração nos recursos disponíveis para atendê-la. Grande parte do aumento aconteceu a partir de 2018. “Com isso, mesmo com as melhorias no processo de trabalho interno nesse período, o prazo de análise tem aumentado cada vez mais”, afirma a agência. 

Espetinho Presente na inauguração da nova planta industrial do Laboratório Cristália, em Itapira (SP), nesta terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro foi convidado para o churrasco oferecido aos cerca de 1.500 trabalhadores que participaram do evento, mas não ficou.

Cadeiras Na cerimônia, Bolsonaro foi recepcionado pelo cofundador da Cristália Ogari Pacheco (DEM-TO), que é também segundo suplente do senador licenciado Eduardo Gomes (MDB-TO). 

Minhas regras Em conversa nesta terça-feira (6) com empresários, Bolsonaro afirmou que só indicará nomes técnicos ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Na semana passada, o presidente retirou duas indicações feitas pelos ministros Sergio Moro e Paulo Guedes. 

Calendário O governador paulista João Doria saiu da reunião com Huang Hanjie, presidente da gigante chinesa de energia TBEA nesta terça, em Pequim, com a expectativa de que executivos da empresa desembarquem em São Paulo, em novembro, em busca de oportunidades de investimentos.

Atraente Doria está em Pequim com 35 empresários para prospectar novos negócios entre a China e o estado. Também na missão, o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, disse aos investidores chineses que os preços dos ativos no Brasil estão atraentes. 

Asfalto É o próprio Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, quem vai apresentar, nesta quarta-feira (7) o novo modelo que será uma das grandes apostas da montadora para Brasil e Argentina em 2020, na meta de se tornar a marca mais conectada do segmento automotivo. 

Fontes O BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e a IFC (International Finance Corporation), ligada ao Banco Mundial e maior instituição de desenvolvimento ao setor privado em mercados emergentes, fecharam memorando de entendimento para mapear oportunidades de financiamento no estado.

Pontes Sergio Gusmão, à frente do banco, também conversou com chineses do BDC (Banco de Desenvolvimento da China) e do AIIB (Asian Infrastructure Investment Bank) nos últimos meses.

Para trás Mais de 80% de executivos da indústria de bebidas no Brasil dizem que as empresas que não tornarem embalagens mais sustentáveis em cinco anos estarão desatualizadas. Nos EUA, o número cai para 68%, diz pesquisa da Edelman à Ball Corporation.

Com Paula Soprana

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