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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Coronavírus Ao Vivo em Casa

Brasil não tem oportunidades, mas carências, em infraestrutura, diz presidente de banco

Gabriel Galípolo, presidente do banco Fator, foi o convidado do Ao Vivo em Casa desta segunda

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São Paulo

O novo marco regulatório do saneamento tem o mérito de buscar superar a lógica do município como poder concedente e traz a expectativa sobre o resultado do papel da agência reguladora nacional. Por outro lado, é questionável o diagnóstico segundo o qual a presença do setor privado, por si só, será capaz de resolver o problema porque vai trazer eficiência. A avaliação é do economista Gabriel Galípolo, presidente do Banco Fator, entrevistado na transmissão da série de lives Ao Vivo em Casa, da Folha, nesta segunda-feira (6).

"O que estamos assistindo, já há algum tempo, com as próprias empresas estaduais de capital aberto é que, sob a lógica privada, faz pouco sentido fazer o subsídio cruzado. Ou seja, para o privado vai interessar ofertar o serviço onde ele é rentável. Por isso que nós assistimos a atuação das empresas privadas muito mais fragmentada. São concorrências em regiões onde elas são viáveis do ponto de vista econômico", disse o executivo.

Na conversa, Galípolo também abordou, entre outros temas, a questão do financiamento estrangeiro que, segundo ele, requer cuidado.

"Boa parte das estaduais contam com linhas de financiamento internacional extremamente subsidiadas, com taxas de juros muito baixas. Pelo apelo social e ambiental que existe no saneamento, elas têm acesso a linhas de crédito com taxas baratas, mas geralmente feitas com uma exposição a um risco cambial elevado. Por ser empresa estadual, acaba-se relevando esse problema, mas ele precisa ser analisado com muito cuidado", disse.

Ele afirma que, quando se financia um serviço que não gera receitas em moeda estrangeira, como o saneamento e outros serviços de infraestrutura, há um descasamento, porque o ativo fica em moeda doméstica e o passivo, na estrangeira. "O meu passivo pode crescer ou diminuir, não em função de questões sobre as quais eu tenho controle, mas da variação cambial. A historia do país recomenda que não se utilize financiamento internacional para financiar projetos que não geram receitas na moeda, ou que use com muita parcimônia", diz.

O economista vê ilusões na discussão sobre financiamento. "A gente está ouvindo há algum tempo no Brasil que o mundo está inundado de liquidez: 'basta a gente se organizar que essa liquidez vai transbordar e chegar aqui porque a gente tem várias oportunidades no setor de infraestrutura'. O que a gente tem, na verdade, são várias carências no setor de infraestrutura. Cabe às modelagens transformá-las em oportunidades", disse.

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