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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Coronavírus inflação

Expansão da abertura de shoppings preocupa lojistas

Custos de mão de obra e aluguel devem comprometer caixa para pagar empréstimos

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São Paulo

O início da fase verde do Plano de São Paulo para flexibilizar a abertura de estabelecimentos da capital paulista gerou uma crise entre lojistas de shoppings. A liberação do funcionamento das 10h às 22h a partir do sábado (10) não caiu bem para os donos de lojas, que viram a mudança como uma medida para beneficiar só os próprios shoppings. A avaliação é que a expansão do horário abre brecha para cortarem os descontos de aluguel oferecidos no período de operação restrita.

Quando os shoppings fecharam, em março, os lojistas fizeram pressão para pagarem menos aluguel e condomínio aos empreendimentos. A partir de junho, quando reabriram com restrição de horário, os descontos foram caindo. O fluxo de clientes ainda é limitado a 60% da capacidade normal.

Além do custo com os shoppings, a expansão do funcionamento para 12 horas sobrecarrega os gastos com mão de obra. “A medida nos faz ter duas turmas para atendimento, salário, imposto, vale-transporte e refeição”, diz Tinho Azambuja, da SideWalk.

Para Marcelo Feldman, dono das marcas Loja 18 e Petistil, a alta no custo com funcionários será desproporcional a qualquer incremento na venda que a expansão do horário possa proporcionar. A maior preocupação são os shoppings perto de grandes centros corporativos, onde o fluxo segue baixo por causa do home office.​

“Deveria abrir as lojas entre 12h e 20h, com restaurantes até as 22h porque não tem fluxo. Isso só aumenta os nossos custos”, afirma Viktor Ljubtschenko, diretor da rede de pijamas e lingeries Any Any.

Tito Bessa Junior, dono da rede TNG e presidente da Ablos (associação dos lojistas), prevê uma queda de braço entre shoppings e inquilinos. “Só vai causar discussão, afinal, nosso contrato prevê 12 horas com 100% de fluxo, e não com 60%”, diz.

Angelo Campos, diretor da rede de moda MOB, afirma que os lojistas ainda estão fragilizados, e medidas como essa atrapalham o que deveria ser prioridade neste momento. Agora é hora de fazer caixa para, em fevereiro ou março, começar a pagar os empréstimos feitos no auge da crise. “Se não fizer caixa, vai ter quebradeira”, diz.

Procurado pela coluna, o governo de SP diz que os shoppings estão autorizados a funcionar por até 12h, mas cabe ao setor escolher qual será o horário de funcionamento.

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com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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