Dada a largada na corrida para ver quem vai conseguir comprar a Laureate no Brasil, embaralhando o ranking do mercado de ensino superior privado no país, antigos donos de instituições vendidas para a multinacional americana no passado agora analisam o cenário de fora e tentam prever o resultado. Para Gabriel Mario Rodrigues, que fundou a Anhembi Morumbi nos anos 1970 e depois vendeu à Laureate em 2005, a compradora mais adequada seria a Ânima.
Nesta terça (6), a Yduqs e a Ânima apresentaram suas propostas para competir com a oferta feita pela Ser Educacional, que envolve R$ 4 bilhões.
Rodrigues é um observador emblemático porque a instituição fundada por ele foi a primeira brasileira a ser adquirida pela Laureate, que depois se revelaria uma compradora em série por aqui, até optar pelo caminho inverso agora. A rede americana foi também a primeira estrangeira a adquirir o controle de uma escola no Brasil.
Ele foi reitor da Anhembi Morumbi até 2013. Hoje, é acionista da Cogna, a maior do setor, que também está de olho neste xadrez, porque se a Yduqs levar a Laureate, serão duas gigantes no topo da lista das maiores empresas de ensino superior privado.
Rodrigues diz que o aluno de classe média e média alta atendido pela Anhembi Morumbi tem o perfil mais parecido com o da Ânima. “A Estácio [Yduqs] é mais uma instituição de massa. A Ser, se ganhar, vai ter um mercado novo, mas não está acostumada a trabalhar com classe média alta”, afirma ele.
Seja quem for o vencedor que vai levar a Laureate, a brincadeira no setor é que uma delas sai vitoriosa na largada: a Ser Educacional, porque, pelo acordo, ela ganha a multa rescisória de R$ 180 milhões se for preterida.
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com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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