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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Para empresários, vantagem de Lula no Datafolha mostra que Bolsonaro precisa melhorar

Segundo pesquisa, o petista lidera a corrida eleitoral de 2022

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São Paulo

O resultado da pesquisa Datafolha desta quarta-feira (12), que aponta margem confortável de Lula no primeiro turno da eleição de 2022 e vitória no segundo, foi recebido no empresariado como mais um sinal do desgaste de Bolsonaro. Na opinião de alguns dos grandes empresários do país, a fotografia do momento diz mais sobre o mau desempenho do atual presidente na economia e na gestão da pandemia do que sobre o potencial do petista na corrida eleitoral.

Para o banqueiro Ricardo Lacerda, do BR Partners, a pesquisa deveria servir de mensagem ao governo Bolsonaro. “Nessa polarização, ele pode acabar levando a pior. É melhor arregaçar as mangas e trabalhar. A população quer resultados, não demonização”, afirma Lacerda.

José Ricardo Roriz, vice da Fiesp e presidente da Abiplast, que reúne a indústria de plásticos também vê um sinal para a terceira via. “Se realmente tiver alguma alternativa no meio, ela vai ter que ser rápida, porque a candidatura de Lula está se solidificando e avançando. É um sinal para o governo Bolsonaro. Se não corrigir os rumos, corre risco de nem ir para o segundo turno”, disse.

O investidor Lawrence Pih, que foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT nos anos 1980, e passou a condenar o partido após as denúncias de corrupção, sendo também um dos pioneiros a fazer críticas públicas a Dilma Rousseff, diz que Lula precisaria mostrar um perfil mais ao centro, se quiser ter sucesso.

"A pesquisa reflete a fotografia do momento atual, e o desastroso governo Bolsonaro, cuja incompetência supera o pior pesadelo imaginável", afirma Pih.

Mais identificado com Bolsonaro, Flavio Rocha (Riachuelo), afirma que “ainda tem muita água para rolar”.

Laércio Cosentino, presidente do conselho de administração da Totvs, acha que é cedo para fazer prognóstico de quem estará na frente em 2022. Segundo ele, o foco deveria estar nas reformas tributária e administrativa, na qualificação da mão de obra e na redução da desigualdade de forma apartidária. “Infelizmente, isso parece utopia”, afirma Cosentino.

Uma análise otimista de um empresário que rejeita Lula e Bolsonaro considera o resultado favorável para a terceira via. Ele afirma que, a despeito da liderança de ambos na pesquisa, o cenário de polarização ainda não está cristalizado, e cabe ainda um novo nome na disputa de 2022. ​

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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