Se no ano passado, antes de assinar o acordo de compartilhamento de voos conhecido como codeshare, Latam e Azul foram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para comunicar a intenção, neste ano a conversa está emperrada.
Especialistas em concorrência avaliam que uma eventual compra da Latam pela Azul seria uma análise complexa. A avaliação tem como base o histórico de dois anos atrás, quando as grandes aéreas brasileiras tentaram comprar o que sobrou da Avianca para levar os slots que ela deixou em Congonhas, mas Ministério Público, Cade e Anac levantaram preocupações com a concentração.
Quem defende que há brechas para o negócio hoje afirma que a sobreposição de malha da dupla não seria um impedimento, porque a Azul tem foco mais abrangente nos voos regionais, enquanto a Latam tem força nas rotas principais e, portanto, poderiam se complementar, além de ter uma sintonia na frota, já que ambas usam aeronaves Airbus. Essa visão também é a de quem acredita que a recuperação judicial da Latam nos EUA poderia desencadear a transação porque, com a pandemia, o cenário econômico é muito diferente do que havia na época em que as concorrentes tentaram comprar a Avianca.
Por enquanto, o que existe é uma negativa da Latam de que haveria qualquer conversa ou interesse em vender sua operação brasileira. Já a Azul divulgou comunicado na segunda (24) dizendo que contratou consultores para estudar oportunidades de consolidação.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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