Com seis meses de crescimento consecutivo, o endividamento atingiu 62,7% das famílias da cidade de São Paulo em maio, segundo pesquisa que a FecomercioSP vai divulgar nesta terça (1º). O índice se aproxima do recorde batido em março do ano passado, de 63,8%.
O levantamento mostra que 2,5 milhões de famílias têm algum tipo de dívida, um aumento de 270 mil desde novembro de 2020. Já as casas com contas em atraso chegam a 19,2%, o maior patamar desde abril do ano passado, e quase 9% dizem que não terão condições de pagar.
A dificuldade de manter as contas em dia está ligada ao preço elevado de alimentos, transportes, gás e energia elétrica, além do desemprego, diz o assessor econômico da entidade, Guilherme Dietze. A segunda onda da Covid-19 também colaborou para o agravamento da situação.
A saída tem sido usar o crédito. Segundo a pesquisa, oito em cada dez famílias têm alguma fatura do cartão de crédito para pagar. O carnê aparece bem atrás, com cerca de 15% dos casos.
Pelas projeções da entidade, o índice de endividamento se mantém elevado nos próximos meses, mas sem novas altas, porque bancos e concessionárias estão investindo em renegociação. “É o famoso ‘ganha-ganha’. A empresa não cobra juros, mas recebe pelo serviço, e a pessoa fica com o nome limpo”, diz Dietze.
Para ele, o cenário deve ser mais favorável no final do ano, com a possível retomada da economia.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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