O senador Humberto Costa (PT-PE) afirma que vai pedir à CPI da Covid que notifique a Azul por ter permitido a entrada de Bolsonaro em um avião com passageiros embarcados nesta sexta-feira (11).

O presidente apareceu de surpresa em uma aeronave da companhia que estava parada no aeroporto de Vitória (ES). Foi vaiado por alguns passageiros e apoiado por outros com gritos de "genocida" e "mito".

Ele tirou a máscara para falar e posar para fotos, violando uma série de regras divulgadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Também provocou aglomeração, quebrando protocolos de segurança estabelecidos para o setor na pandemia.

"Vou apresentar um requerimento para que a CPI se dirija tanto à Anac, que é quem edita as regras, quanto à própria Azul, para questionar por que isso ocorreu. A resolução da Anac é clara. Em todas as áreas do aeroporto, inclusive aeronaves, é obrigatório o uso da máscara. Foi grave porque entrou cidadão sem máscara, na tripulação, uma pessoa sem máscara, o próprio presidente tirou a máscara para agredir pessoas. É um descumprimento. Ele não está acima de ninguém para desrespeitar legislação e normas", disse Costa.

Em março, a Anac divulgou novas regras sobre o uso de máscaras para passageiros e trabalhadores em aeroportos e voos, que proíbem o uso dos modelos com válvula ou transparente, bandanas, lenços e protetores faciais sem máscara por baixo.

O endurecimento dos padrões foi atualizado pela Anvisa, que é a responsável pela fiscalização no ambiente aeroportuário. As penalidades também devem ser aplicadas pela vigilância sanitária.

Procurada pelo Painel S.A., a Azul não se manifesta.