A BlackRock reduziu sua recomendação de investimentos em ações e renda fixa para mercados emergentes, categoria que inclui o Brasil, a um nível neutro, segundo perspectiva sobre o mercado financeiro para os próximos 6 a 12 meses que a gestora anuncia nesta quarta-feira (7).
Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos da BlackRock para a América Latina, afirma que, na região, fatores como a alta das taxas de juros pelos bancos centrais contribuem para a mudança nas expectativas.
“O ciclo político ativo na América Latina também pode ter impacto na volatilidade do preço dos ativos”, diz ele.
Em relação aos países emergentes de maneira geral, a visão mais negativa é justificada pela retomada mais lenta da economia, na comparação com países desenvolvidos, atribuída ao ritmo menos intenso de vacinação contra a Covid-19.
Um dos principais temas de investimentos apontado pela BlackRock é a busca das empresas por zerar as emissões de carbono. Segundo a gestora, o movimento gera oportunidades, também em países emergentes, para setores que sejam beneficiados pela transição energética.
Outra mudança na visão da BlackRock foi nas ações americanas, também rebaixadas para classificação neutra. De acordo com Christensen, a economia dos EUA já atravessou o momento mais forte de retomada, que a gestora agora chama de reinício.
“Você só pode ligar o plugue uma única vez. Esses níveis de crescimento não serão permanentes e devem voltar a um patamar normal”, afirma.
Já a recomendação para os papéis europeus foi elevada para acima da média porque os países do continente ainda devem experimentar o pico da atividade econômica.
Na projeção anunciada nesta quarta, a BlackRock também introduz postura neutra em relação às ações chinesas. “A China foi o primeiro país a iniciar a retomada econômica e agora está focada na qualidade do crescimento”, diz Christensen.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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