Algumas das lideranças da fragmentada categoria dos caminhoneiros que vinham rejeitando a ideia de novas paralisações começam a mudar de ideia por causa do aumento do preço do diesel anunciado pela Petrobras nesta terça (28).
São nomes que não apoiaram as tentativas de bloqueios nas estradas que surgiram na esteira dos eventos pró-Bolsonaro em 7 de Setembro.
José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil), diz agora que a paralisação será inevitável até o final do ano, caso o governo não altere a política de preços dos combustíveis com urgência.
Segundo ele, já há lideranças de caminhoneiros discutindo o assunto, e novas reuniões estão marcadas para os próximos meses.
“A categoria resolveu dar mais uma vez crédito para o presidente e para a política no último dia 7 [de Setembro], e já perceberam que foram enganados novamente”, diz Stringasci.
Plínio Dias, presidente do CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), também fala em pressão por uma nova paralisação ainda neste ano.
“Quando sobe o diesel, sobe alimento, insumo do caminhão, pneu. O brasileiro não aguenta. E a sobrevivência da categoria envolve todos os setores, tanto da esquerda como da direita e do centro”, afirma Dias.
Segundo Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018, os caminhoneiros estão tentando reunir apoio de outros setores e trabalhadores, como motoristas de aplicativos e taxistas, para planejar uma reação em conjunto.
“Temos um presidente que vem a público e fala que não é mágico. A narrativa dele não era essa. Ele precisa se envolver e chamar a responsabilidade, porque ele é chefe da nação”, diz.
Com o aumento de 8,9% anunciado pela Petrobras, o litro do diesel sairá das refinarias da estatal custando, em média, R$ 3,06 a partir desta quarta (29). A alta é de R$ 0,25 em relação ao valor vigente até esta terça.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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