A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) planeja criar uma certificação para estimular a produção de hidrogênio verde no Brasil, garantindo que a eletricidade usada no processo tenha origem em fontes de energia limpa.
Considerado o combustível do futuro, o hidrogênio pode ser usado na indústria e até para abastecer veículos e é produzido a partir da água, por meio de um processo térmico. É uma das apostas para reduzir a emissão de carbono e conter o aumento excessivo da temperatura do planeta.
Companhias de energia estão pesquisando regiões no Nordeste e no Rio de Janeiro para investir na produção de hidrogênio, aproveitando a presença de grandes reservatórios de água de usinas hidrelétricas.
Para Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE, o hidrogênio verde abre espaço para a criação de novos mercados no Brasil, reforçando o potencial do país como protagonista na transição energética.
A CCEE diz que irá avaliar as usinas e os vários aspectos do processo de produção de hidrogênio para verificar se, de fato, ele pode ser considerado verde. Para receber esta classificação, a produção precisa usar insumos com origem em fontes limpas, como a energia solar e a eólica, produzida pela força dos ventos.
Segundo a CCEE, pelo menos 12 empresas assinaram memorandos de entendimento para criação de um polo de produção de hidrogênio verde no Ceará, perto do Porto do Pecém. O primeiro projeto deve ser entregue pela EDP no fim de 2022. Serão plantas piloto, mas os investimentos previstos estão em torno de US$ 20 bilhões ao ano.
Responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no Brasil, a CCEE quer ampliar sua atuação no uso de energia limpa no país. A entidade já tem parceria com o Selo Energia Verde, certificação focada na energia produzida a partir do bagaço da cana.
Ricardo Balthazar (editor interino), com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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