Atingida pela operação-padrão da Receita Federal, a indústria de brinquedos começa a falar em parada das linhas de produção que levam chips, como as bonecas que choram ou dizem algumas frases.
Synésio Batista, presidente da Abrinq, que reúne as fabricantes, afirma que o atraso na liberação alfandegária de chips importados para bonecas já compromete a produção brasileira.
"Não estão conseguindo entrar com os chips no Brasil. Isso afeta telefone celular e carro, mas até nós, que temos menor escala, agora estamos sentindo. As bonecas não vão nem falar nem chorar, por falta de componente eletrônico. Ela chora porque tem uma gravação eletrônica lá dentro", afirma Batista.
A Abrinq diz que está conversando com o governo para pedir que a liberação seja facilitada, com peças e componentes eletrônicos colocados no regime de canal verde.
"Não estamos entrando no mérito da demanda dos servidores na operação-padrão nem questionando o direito deles. Só pedimos que dê canal verde para todo mundo, de partes, peças e componentes. Produto acabado não, porque aí vira bagunça", afirma o presidente da Abrinq.
A briga por reajustes salariais começou no fim de dezembro, após Bolsonaro acenar com aumentos apenas para policiais federais.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.