O setor de turismo, que vinha animado pelo aquecimento no fim do ano, mas foi freado pelo avanço da ômicron, espera novos obstáculos em 2022. Copa, eleição e Covid ainda devem atrapalhar os negócios, prevê a FecomercioSP.
O cancelamento dos blocos de Carnaval, que normalmente turbinam a procura por reservas em janeiro, foi um balde de água fria. Ao cenário, se juntam o aumento do custo de vida, ainda a pandemia e as eleições, afirma Mariana Aldrigui, presidente do conselho de turismo da entidade.
"Esse é um ano que não vai ser tão interessante quanto poderia ser se não fosse um ano eleitoral. O cenário eleitoral, mais essa incerteza econômica, vai deixar as famílias mais reticentes em investir em viagens. O setor como um todo está ressabiado", diz.
Ela avalia que a substituição dos eventos corporativos pela versão online também deve colaborar para a acomodação, além da Copa do Mundo, em novembro.
"A gente não pode esquecer que esse é um ano de Copa. Então, pode ter muita gente desacelerando agora no início do semestre para investir em eventos de incentivo e premiações no final do ano", afirma Aldrigui.
A inflação do turismo voltou a subir em janeiro depois de dois meses de queda. Apesar de o preço das passagens aéreas, um dos itens importantes do índice, ter caído cerca de 18% na comparação com dezembro, outros indicadores como pacote turístico, hospedagem e cinema tiveram alta.
A redução no valor das passagens está relacionada ao aumento na oferta de assentos pelas companhias aéreas, segundo levantamento da FecomercioSP, com base em dados do IBGE. No aluguel de veículos a queda foi de quase 4%.
A inflação geral do setor ficou em -3,33% no mês. No entanto, no acumulado de 12 meses, a alta é de quase 12%, acima da inflação geral do país.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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