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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Empresários próximos de Doria veem possível desistência como decisão lógica

Avaliação é que encerramento de fase política na carreira do tucano seria vitoriosa

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São Paulo

Empresários próximos ao governador João Doria dizem que a notícia da desistência da candidatura foi entendida como uma decisão lógica do tucano diante do cenário.

A conclusão de alguns de seus apoiadores no empresariado é a de que a experiência que Doria tem até agora na política o credencia para daqui a alguns anos, quem sabe, voltar a tentar a candidatura à Presidência, depois que a onda atual de polarização estiver superada e com espaço para outros nomes.

Terminar com uma derrota esse curto período político, de pouco mais de cinco anos, seria um resultado infeliz, que ofuscaria alguns de seus feitos no cargo. A alternativa de encerrar o mandato no posto parece aos empresários próximos de Doria uma saída vitoriosa.

Na opinião de um deles, o tucano deixaria a marca de um grande governador na história do estado, e o futuro a Deus pertence, ou seja, com 64 anos, Doria poderia até ser chamado para um retorno à política, lembrando também que ele conseguiu duas vitórias surpreendentes para a prefeitura e o governo. A avaliação é que o êxito completo de Doria seria conseguir eleger o sucessor, Rodrigo Garcia, mas a situação parece nebulosa, já que a permanência no cargo azeda a relação com o vice.

Outro ponto ironicamente positivo, avaliam seus colegas empresários, seria a chance de Doria responder à crítica de que não encerrou a gestão como prefeito porque tinha interesse de concorrer ao governo.

Sobre o que esperam ver na carreira de Doria a partir de 2023, um sabático seria adequado. Nem um retorno imediato ao Lide aparece no horizonte. Nas palavras de um amigo, Doria ficou grande demais para voltar ao Lide, e seu filho João Doria Neto é visto como alguém que se estabeleceu à frente da organização. Sugerem que Doria poderia cuidar do patrimônio, assumir conselhos de administração de empresas ou até viajar à Itália ou aos Estados Unidos para uma fase de estudos, aproveitando que os filhos estão adultos.

Por ora, restaria ao tucano uma posição confortável de seguir pelos próximos meses inaugurando obras, mostrando serviço e colhendo frutos como a despoluição do rio Pinheiros e obras do metrô. Isso, sem a ansiedade da campanha e sem sofrer ataques de Bolsonaro, já que estaria fora da disputa eleitoral. É um cenário que, na avaliação de amigos de Doria, poderia até diminuir a rejeição que o tucano tem hoje.​

Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco

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