O volume de ações locatícias subiu 16,5% na cidade de São Paulo em março, segundo levantamento do Secovi-SP (sindicato da habitação) com base em dados do Tribunal de Justiça de São Paulo.
No mês, foram ajuizadas 1.308 ações, sendo que quase 86% delas foram motivadas por falta de pagamento de aluguel, segundo o levantamento, que abrange locações residenciais e comerciais.
"Houve um aumento nas ações de falta de pagamento. Nos últimos fechamentos de ano, desde 2018, a quantidade vinha caindo. De 2020 para 2021, as faltas de pagamento no ano caíram de 11.472 para 10.316", diz Jaques Bushatsky, diretor de legislação do inquilinato do Secovi-SP.
O restante se distribui entre ações ordinárias relativas a retomada de imóvel, renovatórias ou consignatórias por discordância de valores.
O número de março deste ano também supera o patamar do mesmo mês do ano passado, que teve 1.250 ações na capital paulista.
Segundo Bushatsky, uma das hipóteses para explicar a alta é o momento da pandemia. "Em março passado, tinha ainda uma dúvida das pessoas sobre se podia entrar com despejo ou não", diz.
Outra provável razão é a dificuldade econômica, que pode estar dificultando as negociações. "Uma coisa é eu negociar quando eu sei que eu vou ganhar dinheiro no mês que vem. Outra é eu não ter esse mês que vem. Complica", afirma.
Segundo Bushatsky, a amostra é pequena diante do universo total das locações da cidade, mas pode servir como um termômetro de saúde financeira, principalmente no caso do não pagamento do aluguel de imóveis não residenciais.
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