Na queda de braço com a Mastercard, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) encomendou um estudo à FIA (Fundação Instituto de Administração) para medir o impacto das taxas de intercâmbio cobradas pela bandeira de cartões na cesta básica.
Segundo a entidade, houve reajuste nas taxas, que tem de ser repassado ao consumidor em momento de alta inflação.
Nesta semana, após denúncia da Abras, o Ministério da Justiça abriu uma investigação para apurar possível aumento abusivo feito pela Mastercard no valor cobrado sobre o uso de cartões de crédito e débito.
Em nota divulgada pelo órgão, o ministro da Justiça, Anderson Torres, diz que qualquer movimentação que eleve preços precisa de atenção, principalmente por parte de empresas líderes de mercado.
A Abras afirma que seu presidente, João Galassi, vai levar o jurídico da entidade ao Banco Central na próxima semana para falar sobre o assunto.
Procurada pelo Painel S.A., a Mastercard diz que atualizou no dia 22 de abril a tabela de taxas de intercâmbio para as funções crédito e débito, respeitando os limites estabelecidos pelo regulador.
Segundo a empresa, as alterações trazidas pela nova tabela trouxeram reduções a alguns setores essenciais ao consumidor, inclusive pequenos e médios supermercados.
"As taxas de intercâmbio são pagas pelo adquirente ao banco do titular do cartão pelos serviços que ele fornece, como a garantia do pagamento e por desempenhar seu papel na segurança, compensação e liquidação da transação. Esta é uma troca entre essas duas entidades. A Mastercard não obtém nenhuma receita advinda de taxas de intercâmbio", diz a empresa, em nota.
A bandeira afirma que "mantém um diálogo aberto e transparente com todos os participantes do arranjo de pagamentos e adotará a mesma postura em relação à investigação da Senacon".
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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