O movimento de demissão observado em grandes startups brasileiras não atinge as pequenas, segundo o presidente da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), Felipe Matos.
Ele diz ver cortes restritos aos chamados unicórnios, as startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Entre as empresas que fizeram cortes recentes, QuintoAndar, Loft e Facily, demitiram mais de 400 pessoas em poucos dias.
Segundo Matos, as pequenas estão contratando. "Não vejo uma queda generalizada nas empresas de tecnologia. Pelo contrário, temos mais vagas do que profissional qualificado", diz.
Para ele, o setor vive um momento de correção após uma fase de euforia na pandemia, que levou ao aumento da demanda pelo digital.
"Tivemos um recorde de investimento no Brasil e na América Latina, que era um mercado pouco explorado", afirma.
Com o aumento dos juros, os investimentos de baixo risco passaram a compensar e, com isso, reduziram os aportes para as empresas. A Guerra da Ucrânia contribuiu para a revisão dos planos.
"Os investidores estão mais cautelosos e a empresa sai do paradigma de crescer o mais rápido possível", afirma Matos.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos
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