Depois da divulgação dos dados do PIB do segundo trimestre pelo IBGE nesta quinta (1º), entidades setoriais começam a revisar suas projeções de crescimento para cima neste ano.
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), tanto a previsão do PIB da indústria, de 0,2%, quanto a expectativa da entidade para o indicador nacional devem aumentar. Entre os dados do segundo trimestre que mais chamam a atenção da entidade, os da indústria de transformação, que tinha previsão de queda de 1,5% deverá ter uma retração mais moderada.
Para o SindusCon-SP, a expectativa para o PIB da construção em 2022 passou de um crescimento de 3,5% para algo em torno de 4,5% a 5%.
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), estima que o PIB de seu segmento vai estar muito perto de 3%, e a inflação, em torno de 6,7%.
De acordo com a Abit (indústria têxtil), a revisão para o segmento deve apontar um ligeiro crescimento, devido aos problemas no primeiro semestre. O varejo deve performar melhor do que a indústria em 2022, na opinião de Fernando Pimentel, presidente da entidade.
No começo do ano, a Abimo (associação que representa a indústria de dispositivos médicos) previa alta de 0,8% para o setor em 2022, mas agora esse número foi a 2,5%, segundo uma previsão preliminar de Paulo Fraccaro, superintendente da entidade. Ele cita a expansão das exportações e a retomada das cirurgias como fatores para o impulso.
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) começou o ano com projeção de 3% de crescimento para o setor. Há dois meses, revisou para 5%, e agora a expectativa é de 6% ou mais.
"Estamos nos preparando para um segundo semestre muito forte. Nós devemos gerar mais 100 mil postos de trabalho. As empresas estão conseguindo repassar um pouco mais da inflação para o cardápio, porque o mercado está funcionando bem. Eu até diria que esses 6% podem ser superado", diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Segundo Solmucci, os bons indicadores podem ser potencializados pelo Auxílio Brasil e pelo crédito consignado atrelado ao benefício, além da nova fase de contratação de crédito pelo Pronampe, programa federal de crédito destinado para negócios de pequeno e médio portes.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.